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    Desenrola: bancos limparam 1 milhão de CPFs e renegociaram ao menos 500 mil dívidas

    Programa de renegociação começou nesta semana e, de acordo com as instituições participantes, aumentou a procura dos clientes nas agências e canais de atendimentos

    Juliana Eliasda CNN , São Paulo

    Nos primeiros cinco dias do Desenrola Brasil, programa de renegociação de dívidas do governo federal, os principais bancos do país informam já ter renegociado ao menos 497,6 mil dívidas que tinham em aberto de seus clientes.

    Entre as condições oferecidas pelas instituições, estão juros mais baixos que os originais, descontos de até 90% do valor devido e novos parcelamentos para quitar o saldo devedor que chegam a até 10 anos (120 meses).

    O resultado considera o total de renegociações feitas entre a segunda-feira (17), quando o programa começou, e esta sexta (21), pelo Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Itaú.

    Os demais bancos que estão participando do programa, que foram procurados pela CNN, não detalharam essas informações.

    Como, também, uma parte dessa contagem é feita por CPFs que já fecharam alguma negociação, o número total de dívidas já revistas deve ser maior do que esses quase 500 mil, já que uma mesma pessoa pode ter mais de uma dívida com o mesmo banco.

    Considerados apenas o Banco do Brasil e a Caixa, o valor total das dívidas negociadas nesta semana pelo Desenrola somou R$ 323 milhões.

    Dez bancos e financeiras confirmaram a participação no Desenrola Brasil:

    • Banco do Brasil
    • Bradesco
    • C6
    • Caixa
    • Itaú
    • LuizaCred
    • PicPay
    • Santander
    • Mercado Pago
    • Nubank

    1 milhão de nomes limpos

    O balanço da primeira semana também aponta que, considerados apenas dois dos bancos participantes — o Bradesco e o C6 —, 1,036 milhão de pessoas já tiveram o nome limpo por dívidas de até R$ 100.

    Procurados, os demais não detalharam essa informação.

    O Bradesco, sozinho, informou ter limpado o nome de 580 mil clientes que devem até R$ 100. O C6 deu baixa em 456 mil CPFs que estavam sujos.

    Nos dois casos, os dados foram levantados até quinta-feira (20).

    De acordo com o governo, o número de pessoas com dívidas de pequeno valor, e que devem ter o nome limpo no Desenrola, chega a 2,5 milhões considerados os clientes de todos os grandes bancos.

    A retirada do CPF dos clientes com dívida de até R$ 100 da lista de nomes sujos foi a contrapartida exigida pelo governo para que as instituições financeiras participem do Desenrola.

    Pelo programa, elas ganham incentivos tributários proporcionais aos descontos que oferecem na dívida de seus clientes inadimplentes.

    O cliente não precisa solicitar nada nesse caso. O banco participante deve pedir a retirada de seu CPF do banco de negativados automaticamente.

    A dívida, entretanto, continua existindo. Os bancos participantes estão, inclusive, também oferecendo descontos para quem quitá-las agora.

    Quem pode participar do programa

    Esta primeira etapa do Desenrola começou na segunda-feira e é válida apenas para dívidas com bancos e para pessoas com renda mensal de até R$ 20 mil.

    As dívidas podem ser de qualquer valor, mas devem ter sido contraídas até 31 de dezembro de 2022.

    As renegociações devem ser feitas diretamente entre os bancos e os clientes, por meio dos canais próprios de comunicação.

    Boa parte dos bancos, inclusive, ampliou o número de atendentes e criou canais e sites especiais para o programa, e está orientando aos clientes que entrem em contato para buscar uma oportunidade.

    O governo e as empresas alertam para a proliferação de novos golpes usando o Desenrola e afirmam que contatos feitos por outros canais que não os oficiais são falsos.

    Uma segunda fase do Desenrola, que será voltada para pessoas de baixa renda e também para outros tipos de dívidas, como de lojas e concessionárias de luz, água e gás, começará em setembro.

    Balanço dos primeiros dias

    A CNN entrou em contato com dez bancos e financeiras participantes para saber o balanço dos primeiros dias do Desenrola. Veja o que eles disseram:

    Banco do Brasil

    Em balanço divulgado no fim da tarde desta sexta-feira, o BB informou que, só pelo Desenrola, já concluiu a renegociação de 34 mil dívidas com um valor total de R$ 255 milhões.

    Entre as vantagens oferecidas, estão, de acordo com o banco, descontos de até 25% nos juros, descontos de até 96% nas dívidas e prazo de até 120 meses, ou seja, 10 anos, para o pagamento.

    O BB também informou que aproveitou o aumento na procura dos clientes para ampliar as negociações e atingir outros públicos, como pessoas físicas com renda maior do que a do Desenrola e pequenas e médias empresas.

    Considerados todos esses públicos juntos, o banco desatou R$ 1 bilhão em dívidas nesses cinco dias, beneficiando 75,8 mil clientes.

    Bradesco

    O Bradesco informou que, até a quinta-feira, realizou a baixa da negativação de 621 mil dívidas de até R$ 100. Com isto, limpou mais de 580 mil CPFs.

    C6

    Até a quinta-feira, o C6 limpou o nome de 456 mil pessoas com dívidas até R$ 100.

    O banco digital está orientando seus clientes a entrarem em contato e promete descontos de até 95%, parcelamentos em até 72 meses (6 anos) e juros mensais a partir de 1,2%.

    Caixa

    Entre segunda e sexta-feira, a Caixa renegociou contratos de um total de 14.587 clientes pelo Desenrola, que somavam um valor total em dívidas de R$ 54,3 milhões.

    O banco também informou que a busca por informações sobre renegociação de dívidas no site deu um salto nesta semana: passou de uma média de 70 mil por dia para mais de 1 milhão de acessos.

    Itaú

    Até sexta-feira, o Itaú renegociou mais de 228 mil contatos com seus clientes, por meio de seus canais digitais.

    A procura pelos canais de atendimento para renegociar dívida, de acordo com o banco, ficou 65% maior do que a média nesses dias.

    Procurados, LuizaCred, Nubank, Mercado Pago, PicPay e Santander ainda não divulgaram números.

    Como funciona o Desenrola

    Regras da primeira fase:

    • Quem pode participar: Pessoas com renda mensal de até R$ 20 mil e com dívidas em bancos e instituições financeiras. É a chamada “faixa 2”.
    • Quando começa: Está valendo desde 17/07/2023.
    • Quais dívidas poderão ser renegociadas: Qualquer tipo de dívida com os bancos e em qualquer valor, abertas até 31/12/2022, como cartão de crédito, cheque especial, empréstimos, financiamento imobiliário ou financiamento de veículos, por exemplo.
    • Quais bancos irão participar: Os bancos não são obrigados a participar, mas terão incentivos tributários do governo para oferecer descontos e renegociar as dívidas de clientes inadimplentes. É necessário aguardar contato do banco ou checar com diretamente com a instituição se ela possui condições especiais pelo programa.
    • Por onde renegociar e como não cair em golpe: Nesta fase, as renegociações serão feitas diretamente com as instituições financeiras. Os contatos e informações devem ser buscados por meio do site, telefones, aplicativos e agências oficiais do banco.
    • O que diz o governo: “O interessado deve buscar informações com o próprio banco que tenha relacionamento e não aceitar nenhum intermediário, nem acessar nenhum link que não aquele informado pelo seu próprio banco.”

    Regras da segunda fase:

    • Quem pode participar: Pessoas com renda mensal de até dois salários mínimos (R$ 2.640 em 2023) ou que estejam inscritas no CadÚnico. É a chamada “faixa 1”.
    • Quando começa: Em setembro, ainda sem data definida.
    • Quais dívidas poderão ser renegociadas: Além das dívidas com bancos, também dívidas com outros tipos de estabelecimentos e serviços, como lojas e concessionárias de luz, água ou gás. Valerá apenas para dívidas abertas até 31/12/2022, e com valor máximo de R$ 5.000.
    • Por onde renegociar e como não cair em golpe: As negociações deverão ser feitas por meio de uma plataforma exclusiva do programa por onde clientes e empresas poderão fazer suas ofertas de descontos e parcelamentos para as contas em aberto. O acesso será exclusivamente pelo gov.br. A plataforma ainda não existe. Ela está em fase de desenvolvimento e será lançada para começar a rodar em setembro.
    • O que diz o governo: “Toda negociação será feita exclusivamente pelo site gov.br. Será exigido acesso ao gov.br com os certificados Prata ou Ouro. É importante que os cidadãos providenciem desde logo o seu cadastro no gov.br com a certificação necessária.”

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