EUA expressam preocupação sobre soldado que cruzou a fronteira da Coreia do Norte
Motivação para o caso ainda é um mistério; país asiático não se pronunciou sobre o caso
Os Estados Unidos expressaram, nesta quinta-feira (20), preocupação crescente com o soldado Travis King, que entrou na Coreia do Norte há dois dias, pontuando que o país asiático tem histórico de maltratar norte-americanos capturados.
A secretária do Exército dos EUA, Christine Wormuth, em seus primeiros comentários públicos sobre o caso, disse que o governo norte-americano está totalmente mobilizado para tentar contatar os norte-coreanos, inclusive por meio dos canais de comunicação da Organização das Nações Unidas (ONU).
Entretanto, a Coreia do Norte ainda não deu qualquer resposta, disseram autoridades.
“Eu me preocupo com ele, francamente. Eu me preocupo com a forma como eles podem tratá-lo. Então, (nós) o queremos de volta”, afirmou Wormuth ao Fórum de Segurança de Aspen, no Colorado.
Ela citou o caso de Otto Warmbier, um estudante universitário norte-americano que ficou preso na Coreia do Norte por 17 meses, morrendo pouco depois de retornar aos Estados Unidos, em coma, em 2017.
Na Casa Branca, o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, John Kirby, também expressou esse sentimento: “Esse não é um país conhecido pelo tratamento humanitário aos norte-americanos — ou, francamente, a qualquer outra pessoa”.
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As autoridades dos EUA permaneceram perplexas sobre por que King cruzou a fronteira com a Coreia do Norte. Mas Wormuth reconheceu que provavelmente ele estava preocupado em enfrentar mais ações disciplinares do Exército ao voltar para casa nos Estados Unidos.
Ela ressaltou que não tinha conhecimento de nenhuma informação que demonstrasse que o jovem de 23 anos era um simpatizante da Coreia do Norte, e o Pentágono minimizou as sugestões de que ele poderia apresentar um risco para a Inteligência dos EUA.
Dúvidas sobre estado de saúde
A porta-voz do Pentágono, Sabrina Singh, informou que o gabinete de contraespionagem do Exército dos Estados Unidos e as forças norte-americanas na Coreia do Sul estão realizando uma investigação sobre o que levou King a tomar uma decisão tão intrigante.
Singh se recusou a responder diretamente a uma pergunta sobre se o Pentágono acreditava que o soldado ainda estava vivo. Ela disse que os militares dos EUA não poderiam oferecer nenhuma informação sobre o status do rapaz.
“Não sabemos a condição dele. Não sabemos onde ele está detido. Não sabemos o estado de saúde dele”, comentou.
A Coreia do Norte permanece em silêncio sobre King, e autoridades dos EUA dizem que Pyongyang não respondeu à comunicação dos militares norte-americanos sobre o soldado.
A mídia estatal da Coreia do Norte, que já noticiou a detenção de cidadãos norte-americanos, não comentou o incidente até agora.
No Japão, o enviado especial dos Estados Unidos para a Coreia do Norte, Sung Kim, afirmou que o país “trabalhando muito” para determinar o status e o bem-estar de King, também estando ativamente empenhado em garantir sua segurança e retorno. Ele não forneceu detalhes.