Secretária trans dos EUA defende uso de hormônios para evitar “puberdade errada”
Médica pediatra Rachel Levine argumenta que terapias de afirmação de gênero funcionam como cuidado de saúde mental e que previnem o suicídio de pessoas transgênero
A secretária adjunta de Saúde e Serviços Humanos do governo dos Estados Unidos, Rachel Levine, afirmou que existem tratamentos baseados em evidências que podem ajudar jovens trans a não passarem por “puberdades erradas” na adolescência.
Questionada por que crianças trans não poderiam aguardar até completar 18 anos de idade para, então, decidirem se querem usar hormônios ou não no processo de afirmação de gênero, a secretária respondeu: “A adolescência é difícil, e a puberdade é difícil. E se você passasse pela puberdade errada? E se você sentisse por dentro que é uma mulher, mas, agora, você fosse passar por uma puberdade masculina?”.
A declaração foi dada na última sexta-feira (14) em entrevista concedida à rede de televisão norte-americana ABC.
Mais alta autoridade trans do governo de Joe Biden, Levine declarou ainda que terapias médicas para afirmação de gênero de pessoas trans com o uso de hormônios ajudam a garantir o bem-estar dessas pessoas e a prevenir casos de suicídio.
“Terapias de afirmação de gênero funcionam como cuidado de saúde, terapias de afirmação funcionam como cuidado com a saúde mental, terapias de afirmação de gênero funcionam como prevenção ao suicídio”, afirmou.
Ao ser questionado se os jovens com menos de 18 anos não seriam muito jovens para entender a situação e decidirem se deveriam ou não usar hormônios, Levine explicou que não se trata de deixar que crianças decidam isso, mas adolescentes.
“Eu quero deixar claro que, para crianças antes da puberdade, não há procedimentos médicos a serem feitos. Os cuidados de saúde padrão permitem explorar essas questões nessas idades apenas com terapia [psicólogos]”, explicou. Ela ainda reforçou que os tratamentos médicos para afirmação de gênero com uso de hormônios são baseados em evidências: “Há várias opções de tratamento de afirmação de gênero de jovens transgêneros baseados em evidências”.
*Publicado por Pedro Jordão, da CNN