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    Enchentes no norte da Índia atingem o icônico Taj Mahal

    Cheias do rio Yamuna atingiram as paredes do monumento e principal atração turística, mostram vídeos e fotos nas redes sociais; segundo especialistas, ocorrência pode se tornar regular à medida que a crise climática avança

    Heather ChenSugam Pokharel

    Inundações devastadoras que causam estragos no norte da Índia atingiram o icônico Taj Mahal em um evento raro que os especialistas alertam que pode se tornar uma ocorrência regular à medida que a crise climática traz climas cada vez mais extremos.

    As enchentes do rio Yamuna atingiram as paredes do monumento e principal atração turística na terça-feira (18), mostraram vídeos e fotos nas redes sociais. Um jardim localizado atrás do Taj Mahal também foi visto submerso na enchente. No entanto, o Levantamento Arqueológico da Índia (ASI), que mantém o patrimônio, disse que não está sob ameaça das inundações atuais, informou a afiliada da CNN CNN-News 18.

    Especialistas disseram que é raro as águas da enchente atingirem as paredes externas do complexo, que foi construído perto da cidade de Agra, no estado de Uttar Pradesh no século 17, por um imperador mogol para homenagear sua esposa, que morreu no parto. Milhões de turistas visitam o local todos os anos.

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    Embora as inundações ocorram regularmente na área durante a estação das monções na Índia, de junho a setembro, especialistas dizem que a mudança climática está aumentando sua frequência e gravidade.

    O rio Yamuna – um afluente do Ganges – atingiu seu nível mais alto já registrado, disseram as autoridades na semana passada, provocando evacuações em massa enquanto os estados do norte relatam dezenas de mortes devido às fortes enchentes.

    O Yamuna, que flui cerca de 1.376 quilômetros ao sul do Himalaia através de vários estados, subiu para 208,57 metros na última quinta-feira, disseram autoridades.

    A Índia, a nação mais populosa do mundo, é um dos países mais afetados pela crise climática, de acordo com o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) – potencialmente afetando 1,4 bilhão de pessoas em todo o país.

    Várias partes do norte da Índia, incluindo Agra, permanecem sob alto risco de inundações nas próximas semanas devido às fortes chuvas contínuas e à liberação de água das barragens, segundo autoridades indianas.

    Os cientistas há muito alertam sobre os impactos prejudiciais da mudança climática, que trouxe combinações mortais de clima extremamente errático – calor escaldante do verão seguido de chuvas recordes, resultando em graves inundações e deslizamentos de terra em grande parte da Ásia.

    “Não há sinal mais forte de que o colapso climático está aqui”, disse o cientista climático da NASA, Peter Kalmus, à CNN. “O resto deste verão deve servir como um grande alerta – tudo piora a partir daqui e cada verão será pior do que o anterior. Bilhões de vidas permanecem em risco.”

    O Taj Mahal já suportou anos de poluição do ar, insetos e multidões de turistas que danificaram seu icônico mausoléu e fizeram com que partes de seu exterior ficassem verde-amareladas.

    Enquanto isso, dezenas de sítios do Patrimônio Mundial enfrentam o risco de inundações e erosão à medida que o clima extremo se torna mais intenso e frequente.

    Antigos murais e estátuas de cavernas budistas ao longo da Rota da Seda da China, que datam do século IV, estão sob “ameaça direta” de chuvas extremas trazidas pelas mudanças climáticas, descobriram os pesquisadores.

    As obras de arte em algumas cavernas já mostram sinais de deterioração e alguns artefatos podem desaparecer em alguns anos, alertaram. E na Coreia do Sul, fortes chuvas danificaram dezenas de patrimônios culturais, disse a Administração do Patrimônio Cultural (CHA) do país na terça-feira.

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