Pai e filha que agrediram médica e provocaram a morte de uma paciente são investigados por cinco crimes
André Luiz do Nascimento Soares e Samara Kiffini do Nascimento Soares foram presos em flagrante após um ataque de fúria em um hospital na zona norte do Rio
O pai e a filha que agrediram uma médica e provocaram a morte de uma paciente, em um hospital na zona norte do Rio, são investigados por cinco crimes — dentre eles homicídio com dolo eventual, quando se assume o risco de matar. O caso foi na madrugada de domingo (16).
Segundo o delegado Geovan Omena (27ªDP), após o chegar com um corte no dedo e ser informado pela emergência do Hospital Municipal Francisco da Silva Telles de que deveria aguardar o atendimento, André Luiz do Nascimento Soares e sua filha Samara Kiffini do Nascimento Soares tiveram um ataque de fúria. Ambos agrediram profissionais de saúde, depredaram o local e provocaram a morte de uma idosa por falta de atendimento.
Segundo a investigação, enquanto André Luiz agredia a socos a única médica que atendia no hospital, Arlene Marques da Silva, de 82 anos, sofreu uma insuficiência cardiorrespiratória e morreu. Durante a confusão, outro paciente infartado precisou buscar abrigo em um banheiro.
“No período em que a médica e a equipe médica passaram por esse transtorno todo, a paciente ficou desassistida e, ao retornar, quando a polícia militar chegou e estabilizou o ambiente, eles foram lá para fazer o acompanhamento, mas a senhora já tinha falecido. Por isso que eu imputei a eles o homicídio com dolo eventual porque eles sabiam do risco, era previsível o risco e eles não se incomodaram, não se importaram. Essa é a característica do dolo eventual”, afirmou o delegado.
Além de homicídio, pai e filha vão responder por dano ao patrimônio, lesão corporal e desacato.
“A Samara, já na delegacia, ao receber voz de prisão e saber que ela ia permanecer presa, ameaçou a médica dizendo que ela tomasse cuidado quando ela saísse da cadeia, que ia matar ela de tanto agredir. E aí também recebeu voz de prisão pelo crime de coação no curso do processo”, contou Geovan Omena, responsável pela investigação.
A CNN não conseguiu localizar a defesa dos presos.
Segundo a família da vítima, dona Arlene Marques era moradora de Vaz de Lobo e foi internada no hospital após sofrer um infarto. A família conta, ainda, que ela teria presenciado as agressões sofridas pela médica. A idosa deixa 8 filhos e mais de 30 netos e bisnetos.
O velório e o enterro estão previstos para a tarde desta segunda-feira (17), no Cemitério de Irajá.
O que diz a prefeitura
Procurada pela CNN, a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro diz que a unidade onde ocorreu a confusão conta com 55 médicos.
“O pronto-atendimento de clínica médica no HMFST conta com quatro médicos nos plantões diurnos e dois no noturno. No último domingo, um dos médicos escalados teve um problema de saúde e não pôde comparecer. A Secretaria Municipal de Saúde, além disso, contratou três novos médicos para a unidade, completando plantões onde havia vacância.”