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    Tesouro lançará em agosto título que vai ajudar pais a financiarem estudos dos filhos, diz secretário à CNN

    Investimento mínimo será de R$ 30; famílias vão investir durante a juventude dos filhos e receber rendimentos durante cinco anos, para arcar com gastos educacionais

    Danilo Moliternoda CNN , São Paulo

    O secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, confirmou à CNN que títulos públicos voltados ao ciclo educacional serão lançados em agosto. Segundo ele, esses papeis vão possibilitar que famílias de baixa renda possam se preparar para financiar a educação dos filhos.

    “O novo título do Tesouro Direto que será lançado em agosto foi desenhado especificamente para o ciclo educacional e vai possibilitar que até mesmo famílias de baixa renda possam se preparar para financiar a educação dos filhos. Será um instrumento efetivo para a quebra do ciclo de pobreza”, disse o secretário.

    O Tesouro trabalha junto à bolsa de valores brasileira (B3) para desenvolver o instrumento. A ideia do papel é incentivar as famílias a terem uma poupança com o objetivo de, no futuro, pagar a faculdade de seus filhos.

    “Quando o filho nasce você pode começar esse processo de investimento, que é feito por 18 anos. A aposta é que o produto seja uma grande referência de poupança das famílias para o ciclo universitário”, explica o secretário.

    Como explica Ceron, as famílias fariam os aportes durante 18 anos — mas o período pode ser menor, a depender da idade do jovem. O investimento mensal mínimo para os pais seria de R$ 30.

    A poupança acumulada e adicionada à rentabilidade de longo prazo seriam, então, pagos às famílias como uma renda fixa durante cinco anos (abrangendo o ciclo universitário). O dinheiro poderá ser usado para pagar mensalidades de uma faculdade privada ou para arcar com outras despesas do curso superior.

    Diversificação de títulos

    O Tesouro Nacional vem diversificando a oferta de títulos com papéis de condições especiais. O Renda+ foi lançado em janeiro e é considerado um sucesso. Os investimentos no papel atingiram no dia 3 de julho mais de R$ 1 bilhão em estoque (com pouco mais de cinco meses de negociação na B3).

    O Renda+ permite ao investidor planejar uma data para aposentadoria e receber uma renda extra mensal pelo período de 20 anos. A renda, proporcionada pelo acúmulo de títulos ao longo dos anos, é corrigida mensalmente pela inflação.

    Segundo o Tesouro, o papel tem o objetivo de garantir uma renda complementar e segurança para as aposentadorias, além de trazer ganhos em educação financeira para a sociedade brasileira.

    Também no segundo semestre, o Tesouro fará sua primeira emissão de títulos públicos “verdes” — papéis que abrangem a pauta ESG. A diferença entre uma emissão comum e uma emissão “green” é o compromisso do emissor com a agenda de sustentabilidade.

    “Hoje há um grande interesse nessas pautas [voltadas ao ESG], o mundo todo quer o incentivo à transição ecológica. Com isso, os investidores aceitam uma taxa de juros um pouco menor para esses títulos — caso você acolha compromissos com essa agenda”, explica Ceron sobre a vantagem destes papéis.

    “Na emissão tradicional não há qualquer compromisso para a aplicação daquele recurso. Pagamos a taxa de juros para os investidores e acabou. Na sustentável, eu vou além, eu tenho compromissos sustentáveis”, explica Ceron.

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