Com presença de Zelensky, cúpula da Otan continua nesta quarta-feira (12)
Também está prevista para hoje uma reunião entre o ucraniano e o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden
A cúpula da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) com chefes de Estado e governo da aliança continua nesta quarta-feira (12), em Vilnius, capital da Lituânia. Está previsto um encontro entre o secretário-geral do bloco militar, Jens Stoltenberg, e o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky.
Eles deverão conceder uma entrevista coletiva após os encontros. Em seguida, ocorrerá uma reunião do Conselho Otan-Ucrânia, com a presença da Suécia.
Também está previsto que o primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida, faça um pronunciamento ao lado de Stoltenberg. Líderes da Austrália, Nova Zelândia e Coreia do Sul, além da União Europeia, também participam do evento.
Ao término, haverá a assinatura de um acordo sobre ações contra as mudanças climáticas e sobre Centros de Excelência –organizações que ensinam líderes e especialistas de países-membros da aliança.
São discutidos na cúpula os principais desafios para o “ecossistema de segurança”, o fortalecimento da Otan e a aproximação da Ucrânia.
Outro ponto de destaque é a adesão da Suécia, que foi convidada para integrar a aliança no ano passado, junto à Finlândia.
O governo finlandês já completou a integração no início deste ano, porém, a Turquia travou a candidatura sueca por diversos motivos, como acusações sobre permissão para que terroristas operassem na Suécia.
Mas um acordo foi feito entre os países para a liberação da adesão, o que foi elogiado pelo primeiro-ministro sueco, Ulf Kristersson, nesta terça-feira (11).
Encontro de Zelensky com Joe Biden
Além disso, também nesta quarta, Zelensky deverá se encontrar com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. Em maio, eles se reuniram durante a cúpula do G7, no Japão.
“Os Estados Unidos continuam a fazer todo o possível para fortalecer a capacidade da Ucrânia de se defender”, disse Biden, na ocasião.
Recentemente, os EUA anunciaram o envio de bombas de fragmentação à Ucrânia, para serem usadas na guerra contra a Rússia. O país também anunciou ao longo do conflito diversos repasses em dinheiro para a defesa ucraniana.
Por mais que a nação europeia seja o centro do debate da cúpula, em entrevista à CNN na terça-feira (11), Julianne Smith, embaixadora dos EUA na Otan, disse que é “muito difícil” concordar com um cronograma para a adesão da Ucrânia à aliança enquanto o país ainda está em guerra.
Primeiro dia de cúpula
No primeiro dia de evento, Soltentberg disse que a aliança condena o anúncio de que a Rússia enviará armas nucleares táticas para a Belarus.
“Estamos monitorando de perto o que eles estão fazendo”, advertiu. O secretário também anunciou que foram aprovados os “planos de defesa mais abrangentes” do bloco desde a Guerra Fria.
Além disso, em comunicado conjunto, os aliados ressaltaram que o “aprofundamento” da parceria da China com a Rússia vai contra os valores da aliança.
Sobre a Ucrânia, o secretário-geral Jens Stoltenberg afirmou que a aliança mudou os requisitos necessários para que o país se junte ao grupo.
As nações aliadas teriam concordado “em remover os requisitos para a ação de adesão”, o que mudará o caminho de adesão da Ucrânia de um “processo de duas etapas para um processo de uma etapa”.
Zelesnky também fez um pronunciamento diante de milhares de pessoas, em um palco decorado com o azul e amarelo da bandeira ucraniana – sob uma enorme placa dizendo “#UkraineNATO33”.
Ele ressaltou que estava participando da cúpula para buscar “garantia total” dos membros da Otan da decisão que a Ucrânia “merece”, referindo-se à adesão à aliança.
Uma declaração dos líderes do bloco militar, por sua vez, destacou que “o futuro da Ucrânia está na Otan”, mas sem oferecer nenhum cronograma para o processo.
Fórum público da Otan
Além da cúpula, também acontece em Vilnius o Fórum Público da Otan, com painéis de discussão, debates e sessões interativas sobre tópicos da agenda do bloco militar.
Esse evento é organizado em conjunto a organizações como o Centro de Estudos da Europa Oriental, o Fundo Marshall Alemão dos Estados Unidos, a Conferência de Segurança de Munique e o Conselho Atlântico dos Estados Unidos.
*publicado por Tiago Tortella, da CNN