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    Ibovespa fecha com alta de 1,25% após aprovação histórica da reforma tributária; dólar recua a R$ 4,86

    Na semana, bolsa brasileira acumula valorização de 0,68%, enquanto moeda norte-americana sobe 1,58% ante o real

    Da CNN* , São Paulo

    O Ibovespa voltou a se aproximar dos 120 mil pontos e o dólar recuou ao patamar de R$ 4,85 nesta sexta-feira (7), com o mercado repercutindo positivamente ao primeiro passo para a aprovação da reforma tributária após décadas de tentativas.

    O texto foi chancelado pela Câmara dos Deputados na manhã de hoje e segue ao Senado, onde deve passar por novas sessões de debates e alterações.

    O movimento doméstico ignorou o mau humor em Wall Street com interpretações mistas do relatório de emprego dos Estados Unidos.

    Os números mostraram queda na criação de novas vagas em junho, mas o aumento do salário médio.

    O principal indicador da bolsa brasileira fechou o dia com alta de 1,25%, aos 118.897 pontos. Na máxima, o pregão chegou aos 119.548 pontos.

    O desempenho faz o Ibovespa voltar a fechar a semana em alta, com valorização de 0,68%.

    A maior disposição dos investidores ao risco também deu força para a queda do dólar ante o real.

    A moeda norte-americana encerrou a sessão com perda de 1,32%, negociada a R$ 4,865.

    Este foi o maior recuo percentual em um único dia desde 27 de abril, quando havia caído 1,56%.

    Na semana, porém, o dólar subiu 1,58% ante o par brasileiro diante das altas acumuladas ao longo das últimas sessões.

    Juros caem em toda a curva

    O desempenho do mercado refletiu a queda dos juros por toda a curva com a expectativa de redução da Selic pelo Banco Central (BC) já no início do próximo mês.

    Rodrigo Azevedo, sócio-fundador da GT Capital, pontua que o desempenho dos juros futuros está atrelado ao discurso da autoridade monetária em começar a revisar a Selic a partir do andamento das reformas no Congresso.

    “Lembrando que o andamento das reformas estruturais do país sempre estiveram presente nos discursos do presidente do Banco Central quando questionado sobre o momento de início do ciclo de queda dos juros”, afirma.

    Para Natale Papa, professor e economista da Escola START, apesar do efeito ser esperado gradualmente, a sinalização de avanço na pauta tributária já traz mais otimismo aos investidores.

    “Ainda é algo progressivo que vem para o mercado até 2026, 2027, mas já são os primeiros passos depois de 30 anos dessa pauta tão importante parada Congresso”, afirma.

    “Isso é muito bom para o mercado, porque vai trazer agilidade, vai reduzir burocracia, e, com isso se espera que o ambiente de negócio fique mais simples”.

    As altas foram puxadas justamente pelas companhias mais expostas à economia doméstica, que tendem a se beneficiar com o corte dos juros.

    O movimento foi liderado pelos papéis do GPA (PCAR3), com alta de 10,15%. Na sequência, Petz (PETZ3), IRB Brasil (IRBR3) e BRF (BRFS3) ganharam 8,51%, 7,45% e 7,23%, respectivamente.

    O bom humor ignorou a direção mista dos papéis com maior peso na bolsa.

    Por um lado, Vale (VALE3) fechou com alta de 0,94%, enquanto os papéis preferenciais da Petrobras (PETR4) perderam 0,51% e os ordinários (PETR3) cederam 0,54%.

    Foco no Congresso

    Após diversas tentativas frustradas, a Câmara dos Deputados aprovou na manhã de hoje o texto da reforma tributária apresentada pelo relator, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), com amplo apoio do governo federal.

    A implementação de um IVA dual — ou seja, dividido entre dois impostos, um nacional (CBS) e outro subnacional (IBS) — que substitua cinco tributos hoje existentes (PIS, Cofins, IPI, ICMS e ISS) é a espinha dorsal da proposta.

    O texto segue ao Senado, onde deve passar por novos debates e sofrer alterações diante da pressão de governadores, prefeitos e empresários.

    Rafaela Vitória, economista-chefe do Banco Inter, avalia que a aprovação da reforma no início do segundo semestre é uma “surpresa positiva, que traz um enorme avanço na complexa legislação do PIS/Cofins e principalmente do ICMS”.

    Para a economista, a proposta deve reduzir a eficiência na alocação de capital, trazendo maior transparência na apuração de impostos e reduzindo o contencioso jurídico, “que é um enorme custo hoje que dificulta o crescimento do país”.

    Além disso, a especialista do Inter ressalta que a simplificação tributária e maior transparência podem atrair novo crescimento do investimento estrangeiro no país.

    Também nesta sexta, os deputados aprovaram o projeto de lei que devolve o voto de qualidade ao Conselho de Administração de Recursos Fiscais (Carf).

    O tema era considerado uma das prioridades do governo para o primeiro semestre. O retorno do mecanismo deve aumentar a arrecadação federal e ajudar a gestão a se aproximar das metas de primário estabelecidas pelo marco fiscal.

    Em resumo, o voto de qualidade define que conselheiros representantes da Fazenda Nacional, que são os presidentes de turmas e câmaras no Carf, poderão desempatar as votações a favor da União.

    EUA sinaliza enfraquecimento do trabalho

    Novos dados do mercado de trabalho dos EUA indicaram a desaceleração dos empregos em meio aos esforços do Federal Reserve (Fed, o BC norte-americano) em frear a economia para controlar a inflação.

    Diante do resultado, Dow Jones fechou com queda de 0,57%, enquanto S&P 500 perdeu 0,31% e a Nasdaq cedeu 0,13%.

    No Velho Continente, o índice pan-europeu Stoxx 600 avançou 0,10%.

    Dados do relatório de empregos de junho mostraram a criação de 209 mil vagas, abaixo das expectativas dos analistas. A taxa de desemprego se manteve estável em 3,6%.

    Por outro lado, o salário médio teve alta de 0,4%, mantendo a pressão sobre os preços.

    As informações tiraram parte do temor do mercado de alta agressiva dos juros pelo Fed, atualmente na banda de 5% e 5,25%.

    Os números, porém não apagar as expectativas de novos aumentos a partir da reunião do colegiado ao fim deste mês, mantendo acessa a tensão dos mercados de recessão nos EUA entre o fim deste ano e início de 2024.

    *Com informações de agência Reuters e Estadão Conteúdo.

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