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    Como o Skype foi de protagonista da comunicação virtual à decadência em 20 anos

    Aplicativo de videoconferência perdeu relevância que tinha antes com concorrência, mudança de seguimento e da empresa que o comanda, Microsoft

    Letícia Naomeda CNN* , São Paulo

    O Skype nasceu nos anos 2000 como uma opção para fazer chamadas de vídeo ou voz sem custo, ou, pelo menos, o custo da internet.

    O aplicativo que, além das chamadas, possibilita troca de mensagens, transferências de arquivos e até ligações para telefone fixo e móvel, era bastante utilizado em conversas informais, reuniões e também por aqueles que queriam montar um time para jogar online.

    O espaço das videoconferências foi tomado por aplicativos como Zoom, Google Meet – que passou a ser gratuito posteriormente –, Teams – este que, assim como o Skype, pertence à Microsoft – e, para os gamers, o Discord.

    Segundo Frankllin Nunes, head de Soluções Cloud na Teltec Solutions, na época em que o Skype fez mais sucesso não havia muitos desses aplicativos de áudio e de vídeo. “O Skype foi um dos primeiros aplicativos a fazer isso”.

    Havia o Messenger e ICQ, porém, eles eram chats de mensagem. “Para a época, ele era o que tinha a melhor qualidade”, lembra Nunes.

    O Skype também facilitou ligações telefônicas para quem precisava fazer chamada de longa distância nacionais ou internacionais (DDD ou DDI). “Ele resolveu esse problema de maneira gratuita, ou quando não, era muito barato”, explica.

    Outro ponto destacado por Nunes é que sua interface sempre foi simples, limpa e intuitiva para o usuário. Além disso, o Skype foi um dos primeiros a ser multiplataforma. “Nasceu no computador, mas depois foi se expandindo para celulares.”

    Tomás Dacoba, diretor de Marketing da Veeam, acrescenta que a estratégia de público do software de videoconferências voltada aos mais jovens e ao público no geral foi outro fator que influenciou para o sucesso da plataforma.

    Linha do tempo

    O Skype mudou de propriedade durante o passar dos anos, desde seu lançamento em 2003, feito por uma dupla de nórdicos donos de uma empresa de tecnologia de VoIp – Voz via IP, ou internet protocol.

    Em 2005, foi vendido para o eBay. Após isso, acabou indo para investidores cujo líder era o grupo de capital privado Silver Lake, o qual comprou a participação majoritária.

    Em 2011, 6 anos depois, a gigante de tecnologia Microsoft o adquiriu por US$ 8,5 milhões e é a dona até então.

    Conforme explica Dacoba, após a aquisição da Microsoft, houve uma mudança de foco de público para o Skype, que passou de massivo para o empresarial – o que para ele foi uma decisão complexa, dado que o mundo empresarial já tinha outros aplicativos à disposição naquela época.

    Nesse sentido, a plataforma de videoconferência foi para um ramo em que não conseguiu se destacar. Os concorrentes – Microsoft Teams, Google Meet e Zoom –, por outro lado, foram suprindo as demandas dos usuários com uma colaboração integrada e recursos avançados de cibersegurança, especialmente quando se tratava de ambientes corporativos, explica Nunes, da Teltec Solutions.

    Os usuários também acabaram migrando para outras plataformas. Em março de 2020, a Microsoft aponta que o Skype tinha 40 milhões de usuários ativos, mas que caiu para 36 milhões. Por outro lado, o Teams teve aumento de 250 milhões em julho de 2021 para 300 milhões de usuários no primeiro trimestre deste ano.

    Além da mudança de público, o Skype enfrentou dificuldades ao longo dos anos como problemas de segurança de dados e técnicos – com usuários relatando má qualidade de vídeos e chamadas, acrescenta Nunes. Tais problemas podem ter levado à busca por outros aplicativos com melhor desempenho.

    Mas talvez o principal motivo para a queda do Skype seja a mudança de foco da Microsoft para o Teams, avalia o consultor.

    O software de videoconferência tão popular nos anos 2000 foi ficando de lado, já que “tem recebido recursos e atualizações limitadas, diminuindo seu apelo e capacidade de competir com outros aplicativos de comunicação”, destaca o CEO da Teltec Solutions.

    *Sob supervisão de Ana Carolina Nunes

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