Cientistas examinaram os primeiros dias do universo, quando ele tinha cerca de 1 bilhão de anos, e descobriram que as coisas se moviam em câmera lenta em comparação com hoje.
A descoberta apoia a teoria geral da relatividade de Albert Einstein, que sugere que o universo distante se moveu muito mais lentamente no passado.
Dada a vastidão do universo, estudar seus primeiros dias é como olhar para trás no tempo. A luz fraca das galáxias mais antigas ainda está viajando para chegar à Terra. Então, os confins mais distantes do universo visíveis para os cientistas são a luz do passado.
Mas, olhar para o universo antigo, formado pelo Big Bang há cerca de 13,8 bilhões de anos, é uma tarefa difícil. O alcance de telescópios sofisticados, que observam em diferentes comprimentos de onda de luz, só pode se estender até certo ponto pelo cosmos.
Observar quasares permitiu que uma equipe de astrônomos visse como o universo parecia acelerar à medida que envelhecia. Os resultados do estudo foram publicados nesta segunda-feira (3), na revista Nature Astronomy.
“Olhando para uma época em que o universo tinha pouco mais de um bilhão de anos, vemos o tempo parecendo fluir cinco vezes mais devagar”, disse o principal autor do estudo, Geraint Lewis, professor de astrofísica na Escola de Física da Universidade de Sydney e no Sydney Institute for Astronomia.
“Se você estivesse lá, neste universo infantil, um segundo pareceria um segundo – mas de nossa posição, mais de 12 bilhões de anos no futuro, esse tempo inicial parece se arrastar.”
A pesquisa mostra que o universo está se expandindo, e em um ritmo acelerado também, que os cientistas ainda estão tentando entender.
Desvendar o que aconteceu durante os primeiros dias do universo pode ajudar os cientistas a resolver os maiores mistérios sobre sua origem, como ele evoluiu e o que o futuro reserva.
“Graças a Einstein, sabemos que o tempo e o espaço estão interligados e, desde o início dos tempos na singularidade do Big Bang, o universo vem se expandindo”, disse Lewis.
“Essa expansão do espaço significa que nossas observações do universo primitivo devem parecer muito mais lentas do que o tempo flui hoje. Neste artigo, estabelecemos isso cerca de um bilhão de anos após o Big Bang.”
Fotos – Imagens da superlua desta segunda-feira (3)
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O co-autor do estudo, Dr. Brendon Brewer, professor sênior de estatística e astro-estatística da Universidade de Auckland, conduziu uma análise de 190 quasares que foram observados ao longo de duas décadas. As observações, capturadas em diferentes comprimentos de onda de luz, pareciam “tiquetaquear” como relógios.