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    Ex-ajudante de ordens de Bolsonaro presta depoimento à PF pela sexta vez

    Na oitiva desta sexta-feira (30), Mauro Cid será questionado sobre os ataques de 8 de janeiro, nas sedes dos Três Poderes, além das trocas de mensagens sobre um plano de golpe de Estado

    Elijonas Maiada CNN , em Brasília

    O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), prestará novo depoimento na tarde desta sexta-feira (30) à Polícia Federal. A sexta oitiva do militar ocorrerá presencialmente, na sede da PF, na Asa Norte de Brasília.

    Desta vez, Cid será questionado sobre o 8 de janeiro, quando as sedes dos Três Poderes foram atacadas em Brasília.

    Além disso, a PF tratará sobre as conversas encontradas no celular de Mauro Cid sobre um plano de golpe de Estado, recebidas por ele de integrantes do governo e da ala militar do então governo Bolsonaro.

    Em 6 de junho, Cid ficou em silêncio no depoimento sobre o assunto. A defesa alegou que não teve acesso aos autos. O advogado Bernardo Fenelon, que defende Cid, informou que com acesso ao processo, o militar esclareceria os fatos.

    Nas conversas no celular de Mauro Cid, a inteligência da PF diz que encontrou um “roteiro de golpe”, que incluía o afastamento dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia e Ricardo Lewandowski e a nomeação de um interventor para restaurar a “ordem constitucional”. As informações foram divulgadas primeiro pela revista Veja e a CNN teve acesso ao relatório.

    Além disso, foram identificadas mensagens do coronel Jean Lawand sugerindo um golpe de Estado. O conteúdo trazia pedidos de Lawand para que Cid convencesse Bolsonaro a ordenar uma intervenção militar no país, após a derrota nas eleições para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Nas mensagens, ele pediria “pelo amor de Deus convence o 01 [o presidente]” e Cid teria respondido “estamos na luta”.

    Nesta semana, o coronel do Exército Jean Lawand Júnior alegou em depoimento à CPMI do Congresso Nacional que as mensagens trocadas com Mauro Cid tinham como intenção pedir ao então presidente uma “ordem de apaziguamento” para o país e não um golpe de Estado.

    Também foi divulgada a informação de que uma suposta minuta de um decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) e textos que seriam destinados a dar suporte ao governo em um eventual golpe de Estado foram encontrados pela PF no celular de Cid.

    A GLO é uma operação militar que permite exclusivamente ao presidente da República convocar as Forças Armadas nos casos em que há o esgotamento das forças tradicionais de segurança pública em graves situações de perturbação da ordem.

    Em 16 de junho, o ministro Alexandre de Moraes tornou público o relatório da PF sobre as conversas encontradas no celular de Cid. Também é do ministro a determinação para o novo depoimento nesta sexta.

    Como Cid está preso na Polícia do Exército, no Setor Militar Urbano de Brasília, em cela especial, o Exército fará escolta até a sede da PF. Na volta à carceragem, haverá o mesmo procedimento.

    Outros depoimentos

    Mauro Cid já prestou depoimento à PF sobre as joias sauditas recebidas pelo governo e sobre fraude em cartão de vacinação da Covid-19, pela qual está preso há quase dois meses.

    Cronologia de depoimentos de Mauro Cid à PF

    • 5 de abril — joias sauditas
    • 3 de maio — fraude no cartão de vacina
    • 18 de maio — fraude no cartão de vacina
    • 22 de maio — joias sauditas
    • 6 de junho — plano de golpe de Estado
    • 30 de junho — plano de golpe de Estado

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