Ibovespa fecha em alta de 1,46% com CMN e Relatório de Inflação; dólar recua para R$ 4,84
Dia foi de expectativa por meta da inflação e repercussões das revisões do BC e sinais de alta dos juros nas praças globais
O Ibovespa voltou ao campo positivo e o dólar manteve a estabilidade nesta quinta-feira (29), com as atenções voltadas à reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN), que definiu a adoção da meta contínua perseguida pelo Banco Central (BC) a partir de 2025, além do alvo de inflação em 3% em 2026.
A decisão foi anunciada momentos antes do fechamento do pregão.
Ainda no cenário global, investidores ainda repercutiram a revisão pelo BC da previsão do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano para 1,2% para 2%, além de novos dados indicando a desaceleração da inflação.
Na pauta global, as principais bolsas encerraram sem direção definida com mercados analisando as novas falas do presidente do Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA), sinalizando o aumento dos juros na maior economia do mundo já no próximo mês.
O principal indicador da bolsa brasileira encerrou com alta de 1,46%, aos 118.382 pontos. Na véspera, o pregão fechou com baixa de 0,72%, aos 116.681 pontos.
O cenário manteve o dólar praticamente estável ante o real. A moeda norte-americana encerrou a sessão com leve queda de 0,08%, negociada a R$ 4,846. Ontem, o câmbio subiu, 1,09%, a R$ 4,850.
As ações do Pão de Açúcar (PCAR3) dispararam 13% na sessão após a oferta de R$ 836 milhões para compra de sua fatia no Almacenes Éxito, da Colômbia.
Companhias expostas à economia doméstica também subiram em bloco, refletindo a expectativa do mercado pela queda de juros.
O grupo educacional Yduqs (YDUQ3) ganhou 10,08%, enquanto JBS (JBSS3) subiu 6,67% e Petz (PETZ3) valorizou %.
A alta do pregão também foi sustentada pelas companhias com maior peso no pregão. As ações da Vale (VALE3) ganharam X,X%, em esteira da alta de 0,85% do minério de ferro negociado em Dalian, a US$ 114,65 a tonelada.
Os papéis da Petrobras também fecharam no azul após o barril do petróleo tipo Brent ganhar 0,42%, vendido a US$ 74,34.
As opções preferenciais (PETR4) subiram 0,45%, enquanto as ordinárias (PETR3) subiram 1,1%.
Bolsas globais fecham mistas
As principais praças globais fecharam sem direção, após o presidente do Fed voltar a sinalizar alta dos juros no próximo encontro da autoridade monetária.
Em Wall Street, o Dow Jones subiu 0,81%, enquanto o S&P500 ganhou 0,45% e a Nasdaq perdeu 0,02%.
No Velho Continente, o índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em alta de 0,13%.
Em um evento na Espanha, Powell disse que os juros devem voltar a subir diante da nova série de dados econômicos mais fortes do que o esperado.
“As pressões inflacionárias continuam altas, e o processo de reduzir a inflação para 2% ainda tem um longo caminho a percorrer”, disse Powell.
CMN no radar
O Conselho Monetário Nacional (CMN) manteve, nesta quinta-feira (29), o alvo da inflação em 3% para 2026 – com margem de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo – e aprovou a adoção da meta contínua perseguida pelo Banco Central (BC) a partir de 2025.
Fazem parte do colegiado os ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Simone Tebet (Planejamento e Orçamento), além do presidente do BC, Roberto Campos Neto.
Atualmente, a meta de inflação é definida seguindo o ano-calendário, ou seja, a autoridade monetária deve perseguir uma meta de inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechada ao fim de cada ano.
BC aumenta previsão do PIB
Após o expressivo crescimento da economia brasileira no primeiro trimestre (1,9%), o BC elevou sua estimativa para a expansão do PIB de 2023, de 1,2% para 2%. A nova projeção faz parte do Relatório Trimestral de Inflação, divulgado nesta manhã.
O documento também traz revisões para a inflação. Para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – índice de inflação oficial – de junho, o BC revisou de alta de 0,29% para queda de 0,08%.
Em 12 meses, a inflação cede de 3,94% em maio para 3,16% em junho, ainda refletindo as desonerações tributárias criadas no ano passado, mas atinge 5,38% em setembro, segundo os cálculos da autoridade monetária.
IGP-M recua
O Índice Geral de Preços — Mercado (IGP-M), apelidado de “inflação do aluguel”, registrou deflação de 1,93% em junho. Com este resultado, o índice acumula queda de 4,46% no ano e de 6,86% em 12 meses. Os dados foram divulgados na manhã desta pela Fundação Getulio Vargas (FGV).
Em junho de 2022, a inflação pelo índice foi de 0,59% e acumulava alta de 10,70% em 12 meses. Em maio o índice apontou queda de 1,84%, após retração de 0,95% em abril.
*Com informações da Reuters.