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    Inteligência Artificial será importante impulsionador para retorno nos mercados, diz BlackRock

    Instituto possui uma alocação "acima da média" para ações relacionadas à IA nos mercados desenvolvidos

    Por Susan Mathew, da Reuters

    Em um ambiente econômico difícil, ações de empresas focadas em inteligência artificial (IA) serão importantes impulsionadores de retornos para os mercados desenvolvidos, disse o BlackRock Investment Institute, citando um atual rali que está concentrado em um punhado de papéis de tecnologia.

    “Os ganhos do S&P 500 têm se concentrado cada vez mais em um punhado de ações de tecnologia, superando os níveis observados durante o ‘boom’ tecnológico dos anos 2000″, escreveu a equipe do BlackRock Investment Institute em uma nota de perspectivas de meio de ano.

    “Acreditamos que esse mercado acionário incomum mostra que uma força gigante como a IA pode ser um grande impulsionador de retornos, mesmo quando o ambiente macro não é favorável”, disse.

    O instituto possui uma alocação “acima da média” para ações relacionadas à IA nos mercados desenvolvidos.

    A entidade de pesquisa da BlackRock também elevou para “neutro” a perspectiva para os títulos governamentais de longo prazo da região do euro e do Reino Unido e disse preferir títulos do Tesouro norte-americano de curto prazo, títulos lastreados em hipotecas e crédito de alto rendimento.

    “Acreditamos que a atual precificação da inflação futura na zona do euro acima da inflação futura nos EUA não deve se concretizar, dadas as altas mais agressivas das taxas de juros do Banco Central Europeu”, disse o instituto, ao mesmo tempo em que rebaixou os títulos indexados à inflação da zona do euro.

    Segundo o relatório “2023 midyear outlook” divulgado nesta quarta-feira, a BlackRock prefere ações de mercados emergentes, inclusive na América Latina, em detrimento de pares em mercados desenvolvidos, enxergando políticas mais voltadas para estimular o crescimento do que para restringi-lo.

    No documento, a equipe da maior gestora de recursos do mundo lembra que os bancos centrais dos mercados emergentes aumentaram as taxas de juros mais cedo do que os pares dos países desenvolvidos. “Vemos mais espaço agora para flexibilização da política monetária à medida que a inflação cai.”

    No caso do Brasil, o estrategista-chefe de investimentos para a América Latina, Axel Christensen, ressaltou que a autoridade monetária já deu a entender que a poderia começar a cortar a Selic em breve, enquanto BCs nos países desenvolvidos estão “se segurando” dada a persistência da inflação.

    “Os países emergentes, especialmente aqueles mais expostos aos problemas do crescimento econômico global, não ficarão imunes à dor causada pelo aperto monetário nos desenvolvidos. No entanto, acreditamos que um quadro político mais positivo na América Latina torna a região atraente para buscar novas oportunidades.”

    Além da renda variável, a BlackRock avalia que o potencial para uma política mais frouxa também apoia posições “overweight” em dívida em moeda local dos mercados emergentes. “Na América Latina, gostamos especialmente de títulos do Brasil e do México”, escreve Christensen no relatório.

    A gestora também citou que a transição para um sistema de baixo carbono apresenta uma oportunidade única em uma geração para a América Latina, especialmente para países que possuem grandes reservas de recursos essenciais, como cobre e lítio.

    A BlackRock destaca que a região também se beneficia de uma população mais jovem em relação a mercados desenvolvidos, onde o envelhecimento da população representa riscos para o crescimento e a produtividade.

    “Mas os mercados financeiros da América Latina também permanecem subdesenvolvidos em comparação com os mercados desenvolvidos, onde os sistemas financeiros estão evoluindo rapidamente. Isso limita a capacidade de contrair empréstimos, criar negócios e construir riqueza”, ponderou.

    A gestora ainda considera que a fragmentação geopolítica, que está impulsionando a religação das cadeias de suprimentos, é outra megaforça poderosa atuando na América Latina.

    “Por um lado, os esforços dos EUA para restabelecer as operações e a produção mais perto de casa podem ser benéficos para o México, um importante parceiro comercial que compartilha uma fronteira”, afirmou, acrescentando que países da região também estão estreitando seus laços com a Ásia.

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