À CNN, prefeito de SP fala sobre relação com Lula e diz que teve proximidade com Bolsonaro
Ricardo Nunes (MDB) disse nunca ter conversado com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e frisou estar confiante em relação às eleições municipais do próximo ano
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), afirmou em entrevista à CNN nesta quarta-feira (28) ter se aproximado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) devido a uma dívida de R$ 24 bilhões da capital paulista com o governo federal.
“Eu propus encerrar essa dívida numa troca com uma discussão de décadas do Campo de Marte e eu deixei de pagar R$ 280 milhões por mês. Então, o presidente Bolsonaro me atendeu nas demandas que solicitei em defesa da cidade”, disse Ricardo Nunes.
Em março do ano passado, os dois assinaram um acordo que pôs fim a uma disputa envolvendo o Campo de Marte, aeroporto localizado na zona norte de São Paulo, que era motivo de ação judicial desde 1958.
A ação previa que a prefeitura fosse indenizada pela União pelo uso indevido da área do Campo de Marte, que havia sido ocupada após a vitória das tropas federais na Revolução Constitucionalista de 1932 — levante paulista contra o governo de Getúlio Vargas.
Ao ser questionado a respeito de sua relação com Lula, Ricardo Nunes declarou nunca ter conversado com o petista. “Eu nunca conversei com o presidente Lula. Nunca tive uma conversa. Não tenho nenhuma proximidade”, ressaltou.
No entanto, o prefeito reiterou ter ido à Brasília e se reunido com o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, além de ter recebido a visita do ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias.
Eleições municipais
Ricardo Nunes destacou estar confiante acerca das eleições municipais do próximo ano. O prefeito disse não acreditar que o apresentador José Luiz Datena disputará o comando da capital paulista. “Acho que ninguém acredita [na candidatura de Datena]”, afirmou.
Indagado pelo analista Gustavo Uribe se deve juntar-se ao PL, conforme deseja o presidente da sigla, Valdemar Costa Neto, Ricardo Nunes alegou: “Eu não tenho por que deixar o MDB”.
(Produzido por Letícia Brito, da CNN, em São Paulo)