Bancos de desenvolvimento podem ter mais US$ 200 bi para emergentes
Líderes estão preocupados com desatualização do Banco Mundial e FMI para enfrentar desafios como mudanças climáticas e ônus da dívida pós-Covid dos países pobres
Os bancos multilaterais de desenvolvimento podem desbloquear US$ 200 bilhões adicionais para as economias emergentes, administrando seus balanços com mais rigor e assumindo mais riscos, disseram líderes mundiais reunidos em uma cúpula em Paris nesta sexta-feira (23).
Muitos dos cerca de 40 líderes reunidos em Paris expressaram preocupação de que o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional (FMI) estejam cada vez mais desatualizados para enfrentar desafios como as mudanças climáticas e o ônus da dívida pós-Covid dos países pobres.
“Esperamos um aumento geral de 200 bilhões (dólares) da capacidade de empréstimo dos MDBs (bancos multilaterais de desenvolvimento) nos próximos dez anos, otimizando seus balanços e assumindo mais riscos”, disse o comunicado final da cúpula obtido pela Reuters.
“Se essas reformas forem implementadas, os MDBs podem precisar de mais capital”, acrescentou.
A secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, disse antes da cúpula que esforços para obter mais empréstimos dos financiadores de desenvolvimento devem ser realizados antes de considerar a possibilidade de aumentos de capital.
A cúpula de Paris, organizada pelo presidente francês Emmanuel Macron, reuniu cerca de duas dezenas de líderes da África, o primeiro-ministro da China, além do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para dar impulso a uma nova agenda financeira global.
Os líderes também esperavam reformar as instituições financeiras do pós-guerra e liberar fundos para combater as mudanças climáticas, obtendo um consenso sobre como promover uma série de iniciativas travadas em órgãos como G20, COP, FMI-Banco Mundial e Organização das Nações Unidas.