Tecnologia usada no submarino desaparecido é tão nova que ainda não foi revisada, segundo OceanGate
Submersível Titan desaparecido não está sujeito a regulamentações governamentais de grupos independentes que estabelecem padrões de segurança porque a tecnologia é muito nova e ainda não foi revisada
Apenas um grupo de pessoas observou os destroços do Titanic pessoalmente, porque poucos têm o que é preciso para visitá-los: recursos financeiros, acesso a especialistas – e disposição para aceitar o risco significativo à segurança.
Contudo, para aqueles dispostos a desembolsar, a empresa de turismo e pesquisa OceanGate Expeditions ofereceu missões de oito dias que custam US$ 250.000 por pessoa e permitem que os clientes explorem o Titanic a mais de 3.800 metros abaixo da superfície do oceano usando fibra de carbono de cinco lugares e embarcações subaquáticas de titânio.
Com sede em Everett, Washington, a empresa foi fundada em 2009 pelo engenheiro aeroespacial Stockton Rush, que também está a bordo do submersível desaparecido, segundo uma fonte com conhecimento do plano da missão.
O turismo radical tornou-se uma tendência crescente entre os caçadores de emoções em busca de adrenalina, ultrapassando os limites das viagens convencionais e, às vezes, das viagens seguras.
Mas essa excursão ultraluxuosa também representa um desafio regulatório. O submersível Titan desaparecido não está sujeito a regulamentações governamentais de grupos independentes que estabelecem padrões de segurança porque a tecnologia é muito nova e ainda não foi revisada, afirma o operador turístico.
“No entanto, isso não significa que a OceanGate não atenda aos padrões onde eles se aplicam, mas significa que a inovação geralmente fica fora do paradigma existente da indústria”, disse a empresa em um post de 2019 em seu site.
O comunicado acrescentou que as organizações podem levar anos para revisar e aprovar novos padrões e que outras embarcações da OceanGate têm classificação aprovada.
Em um podcast “Unsung Science” de novembro de 2022 apresentado pelo correspondente da CBS David Pogue, o CEO da OceanGate, Stockton Rush, disse que a exploração vem com um risco inato.
“Em algum momento, a segurança é puro desperdício. Quero dizer, se você quer apenas estar seguro, não saia da cama”, disse ele. “Não entre no seu carro. Não faça nada. Em algum momento, você vai correr algum risco, e é realmente uma questão de risco/recompensa. Acho que posso fazer isso com a mesma segurança quebrando as regras.”
(Com informações de Brad Lendon e Parija Kavilanz, da CNN)
