Leilão de vaca bate recorde com R$ 7 milhões por apenas um terço do animal; entenda
Com alta capacidade de reprodução, por meio da qualidade genética, animal funciona como uma espécie de "ativo" para sócios investirem e terem lucro no futuro
Um terço da vaca mais valiosa do mundo — segundo a HRO Experiênce – Embryo — foi leiloado na sexta-feira (16) por R$ 6,99 milhões na cidade de Arandu, no interior de São Paulo.
Depois da operação, três empresas se tornaram sócias no animal, com 33% de participação cada: a Nelore HRO (SP) agora é sócia das empresas mineiras Casa Branca e Napemo.
Segundo a Casa Branca, o que atrai os investidores para esse tipo de aquisição é a qualidade genética do animal.
Diferentemente dos produtores que buscam a criação de gado para o mercado de carne, estes têm como objetivo a reprodução, com a seleção de indivíduos para as bases genéticas da pecuária. “No caso em questão, vão multiplicar a genética da mãe.”
Em comunicado, a diretora da companhia, Fabiana Marques Borreli, explica que a vaca, batizada de Viatina-19 FIV Mara, é rara por ter uma genética que a possibilita ter mais de um filhote por ano, com estímulos para ovulação e implantação de embriões em outras vacas.
Fora isso, a qualidade genética permite que os machos e fêmeas descendentes dela sejam mais produtivos, cheguem à idade de abate mais cedo e tenham melhor qualidade de carne.
Ainda segundo a companhia, “são filhos muitos melhores que a média e geram um processo de multiplicação da qualidade”.
A vaca como “ativo”
O animal acaba funcionando como uma espécie de “ativo”: sócios compram partes para assim obterem rendimentos — do mesmo modo como funcionam as ações.
Por exemplo, no ano passado, 50% da vaca foi vendida por R$ 3,96 milhões para a Napemo. Com o faturamento total de R$ 6,85 milhões obtido da venda de embriões e óvulos congelados da Viatina-19, nos últimos 12 meses, e metade indo para a empresa de MG, o investimento já havia sido praticamente recuperado.
Agora, com o leilão de cerca de R$ 7 milhões, a Napemo obteve mais um rendimento de R$ 3,5 milhões, tudo dentro de um ano praticamente. É essa a rentabilidade que os investidores procuram com a valorização da genética desses animais.
A capacidade de reprodução e, consequentemente, a geração de lucro refletem no valor integral da Viatina-19 que é de R$ 20,9 milhões.
Quem cuida da vaca?
Atualmente, Viatina-19 está com a Napemo, em Uberaba, Minas Gerais, mas pode ir cada hora para a propriedade de um dos acionistas.
O que as empresas precisam fazer, independentemente de onde a vaca esteja, é ter cuidados especiais, para fortalecer os músculos do animal, sua alimentação, saúde e sempre ter uma equipe especificamente para o animal.
*Sob supervisão de Dimalice Nunes