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    Governistas devem apresentar recurso para levar desoneração da folha a plenário e retardar tramitação

    Ideia é que a matéria vá ao plenário do Senado - e não diretamente à Câmara - mesmo depois de aprovada na CAE; assim, a tramitação será mais lenta, até a aprovação da reforma tributária

    Danilo Moliternoda CNN , São Paulo

    Parlamentares governistas devem apresentar nos próximos dias um recurso para levar o texto que prorroga a desoneração da folha de pagamentos ao plenário do Senado — informou à CNN uma fonte próxima à liderança do governo na Casa.

    A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado analisa nesta terça-feira (20) o tema. A votação em turno suplementar não deve trazer surpresas em relação ao primeiro turno, quando a matéria foi aprovada por 14 votos a 3.

    A partir da votação da CAE, abre-se um prazo de cinco dias para que a liderança apresente o recurso para levar a votação ao plenário. Para isso, é necessário recolher a assinatura de um décimo da Casa, ou nove parlamentares.

    Somente a bancada do PT no Senado já conta com oito parlamentares. A liderança deve começar a recolher as assinaturas já nos próximos dias.

    A expectativa é de que o governo tentará encontrar caminhos para retardar a tramitação até que seja aprovada a reforma tributária, afirma a fonte.

    Desoneração e reforma tributária

    A desoneração afeta 17 setores da economia, incluindo vestuário, construção civil, automotivo e de tecnologia da informação. O texto permite que as empresas paguem alíquota de 1% a 4,5% sobre a receita bruta, em vez de 20% sobre a folha de salários.

    Foi também incluída no texto uma “emenda municipalista”, que diminui para 8% a alíquota paga pelas prefeituras de municípios de pequeno porte sobre as folhas de pagamentos.

    O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, questionou a constitucionalidade da medida após sua aprovação na CAE. Ele ainda defendeu que a desoneração seja debatida no âmbito da reforma do IR, no segundo semestre. O gasto tributário acarretado pela prorrogação é estimado em R$ 9,4 bilhões.

    Haddad destacou também que a medida não completou rito legislativo. Mesmo se aprovado no Senado, o texto ainda passa pela Câmara.

    Caso a medida vá à frente, supere o plenário das casas legislativas e mesmo o Executivo (que pode vetar a proposta), pode haver ainda uma “última trincheira”, no Judiciário. Haddad mencionou parecer da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) que aponta a prorrogação como inconstitucional.

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