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    “Saímos do 8/1 melhor do que estávamos antes”, diz Barroso à CNN

    Ministro do Supremo Tribunal Federal avalia que ataques revelaram um país capaz de reagir

    Américo Martinsda CNN

    Em entrevista exclusiva à CNN, neste sábado (17), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso afirmou que o Brasil saiu melhor após os ataques aos Três Poderes no dia 8 de janeiro.

    “O 8 de janeiro, apesar de ter sido um momento de infâmia, um momento devastador, ele também revelou um país com capacidade de reagir ao ataque às instituições. (…) A reação que nós tivemos no Brasil eu acho que ela foi tão vigorosa e tão ampla, que há males que vem para o bem. Acho que nós saímos do 8 de janeiro melhor do que estávamos antes”, disse o ministro.

    Ao fazer um paralelo entre o ocorrido no Brasil com o ataque ao Capitólio dos Estados Unidos, em 6 de janeiro de 2021, Barroso elogiou as instituições e a sociedade brasileira por, na avaliação dele, reagir de maneira “mais vigorosa” do que os EUA.

    “A reação no Brasil das instituições e da sociedade foi muito mais vigorosa do que a deles [EUA] no 6 de janeiro. De modo que isso no Brasil não se repetirá. Eu acho que nós conseguimos varrer para a margem da história esse tipo de golpismo, esse tipo de extremismo, esse tipo de intolerância”, afirmou.

    Barroso viajou à Inglaterra para participar do Brazil Forum UK, um evento anual realizado por estudantes brasileiros no Reino Unido com o objetivo de discutir soluções para o país. Ele é o presidente de honra do encontro desde 2016.

    Na abertura do evento, neste sábado (17), o ministro propôs a criação de uma agenda mínima que una o país para que possa resolver os seus desafios com um olhar no futuro.

    Agenda comum

    O ministro Barroso afirmou que a polarização sempre vai existir, mas país deve criar consensos.

    “Nesse momento eu estou mais preocupado, institucionalmente, em ter uma agenda comum para o Brasil. Polarização sempre vai existir, visões diferentes de mundo sempre irão existir, é bom que seja assim. Portanto, temos que conviver com quem pensa diferente, mas precisamos de uma agenda comum no Brasil, suprapartidária”.

    Barroso elencou alguns temas que seriam prioritários, em seu entendimento, para uma agenda de elementos comuns. Entre eles, o ministro citou o combate à pobreza, volta do crescimento, prioridade máxima para a educação básica e o investimento em ciência e tecnologia.

    “Precisamos de uma reforma tributária urgente. O Congresso tem que destravar isso, porque o sistema tributário brasileiro é concentrador de renda e o mais complicado do mundo. A litigiosidade tributária no Brasil é inacreditavelmente ampla”, reforçou.

    Barroso também comentou que o país precisa assumir a liderança ambiental global. “Se tem um tema que verdadeiramente, desde hoje, o Brasil pode ser uma potência é em matéria ambiental e acho que nós temos que assumir esse papel”.

    Marco temporal

    Luís Roberto Barroso também falou sobre o Marco Temporal. O ministro disse que não existe a dualidade de que ser a favor do meio ambiente e das comunidades indígenas é ser contra o agronegócio.

    “Gostaria de desfazer um equívoco que se criou no Brasil de que ser a favor do meio ambiente e ser a favor da proteção das comunidades indígenas significa ser contra o agronegócio. O agronegócio é hoje um dos setores mais importantes da economia brasileira”, disse Barroso.

    O ministro defendeu o que chamou de “agronegócio legítimo”, uma vez que “grilagem de terra ninguém apoia, assim como ninguém apoia colocar artificialmente meia dúzia de pessoas para fazer reinvindicação para demarcação”, concluiu.

    *Veja a entrevista completa no vídeo acima.

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