BCE eleva projeções de inflação e prevê preços acima da meta até 2025
Índice inflacionário na zona do euro entrou em território de dois dígitos no ano passado, mas caiu quase pela metade desde então
O Banco Central Europeu (BCE) revisou para cima suas projeções de inflação para os próximos três anos nesta quinta-feira (14), e disse que prevê que o crescimento dos preços fique acima de sua meta de 2% até o final de 2025.
O BCE elevou suas projeções de inflação para 2023 e 2024, excluindo energia e alimentos voláteis, medida que o banco acompanha de perto, citando surpresas de alta anteriores e as implicações de um mercado de trabalho robusto para a velocidade da desinflação.
A inflação na zona do euro entrou em território de dois dígitos no ano passado, mas caiu quase pela metade desde então, mesmo que o crescimento dos preços permaneça desconfortavelmente alto, principalmente para alimentos e serviços.
Embora as projeções que mostram a inflação na meta normalmente signifiquem uma pausa nos aumentos dos juros, o BCE subestimou a alta dos preços por anos e algumas autoridades questionam abertamente a confiabilidade de suas previsões, dado o histórico ruim.
As autoridades também disseram que o BCE deveria errar em apertar muito a política monetária, em vez de pouco, porque uma pausa precoce significaria ter que manter a política monetária apertada por mais tempo.
Essa é uma das razões pelas quais o banco aumentou os juros pela oitava vez consecutiva nesta quinta-feira, elevando sua taxa de depósito de referência para 3,5%, a mais alta em 22 anos.
O BCE também cortou ligeiramente sua projeção de crescimento para este ano depois que dados revisados mostraram que o bloco mergulhou em uma recessão superficial na virada do ano, e indicadores mais recentes apontaram para uma produção manufatureira fraca.
A seguir estão as projeções do BCE para inflação e crescimento econômico respectivamente em 2023, 2024 e 2025. As projeções anteriores de março estão entre parênteses.
Crescimento do PIB: 0,9% (1,0%) 1,5% (1,6%) 1,6% (1,6%)
Inflação: 5,4% (5,3%) 3,0% (2,9%) 2,2% (2,1%)