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    Entenda a fraude na Americanas em 4 pontos

    Empresa divulgou fato relevante nesta terça-feira (13) em que assume oficialmente farsa bilionária nos resultados da companhia

    Da CNN*

    A Americanas assumiu oficialmente, em fato relevante divulgado nesta terça-feira (13), que houve fraude bilionária nos resultados da companhia. O relatório preliminar revela detalhes que impactam até mesmo quem acompanhou outros casos famosos do varejo.

    O documento foi elaborado por assessores jurídicos que acompanham a varejista desde que ela entrou em recuperação judicial, no dia 19 de janeiro, e foi apresentado na segunda-feira (12) ao conselho de administração da Americanas.

    Confira os quatro pontos mais importantes da fraude bilionária revelados nesta terça-feira:

    Arte: CNN Brasil

    “Fraudes da diretoria anterior”

    O relatório aponta que as demonstrações financeiras da empresa vinham sendo fraudadas pela antiga diretoria da companhia, que atuou até o fim do ano passado.

    Entre os nomes, estão os de Miguel Gutierrez (responsável pelo comando da Americanas por 20 anos), Anna Saicali (presidente da Ame Digital), Timotheo Barros (vice-presidente) e Márcio Meirelles (vice-presidente).

    No documento, esses e outros nomes da diretoria anterior foram acusados formalmente. E, ao que tudo indica, eles deverão ser alvo de investigação por parte da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e, eventualmente, das autoridades.

    A CNN procurou os envolvidos, mas eles não se pronunciaram.

    “Esforço para ocultar real situação”

    O documento diz que toda a diretoria anterior da Americanas trabalhava em conjunto para esconder o esquema de fraude e forjar o aumento dos lucros da companhia, o que resultava em pagamentos astronômicos de bônus para os executivos da empresa.

    Na última década, foram mais de R$ 500 milhões pagos à diretoria da varejista, número muito acima do que outras empresas do segmento pagaram a seus diretores.

    “Incentivos comerciais artificialmente criados”

    Especialistas afirmam que é possível assegurar que um rombo de R$ 21,7 bilhões teve origem em verbas publicitárias tradicionalmente negociadas entre a indústria e o varejo.

    Em negociações com os fornecedores, é comum existir uma verba fechada para a venda de produtos e um valor de publicidade que a indústria “devolve” para a empresa. Esses acordos envolvem negociações por espaços privilegiados em gôndolas ou anúncios nos corredores, por exemplo.

    No entanto, no caso da Americanas, a empresa computava essas verbas publicitárias antes que elas fossem recebidas e, muitas vezes, apesar de as compras terem sido canceladas, as verbas (que nunca haviam sido pagas) não eram tiradas do balanço.

    “Financiamentos inadequadamente contabilizados”

    Ao todo, foram R$ 20,6 bilhões de fraude em empréstimos que a Americana tomava — esquema conhecido desde janeiro de 2023, quando o então CEO da empresa, Sérgio Rial, renunciou ao cargo.

    Apesar das informações divulgadas no relatório, o documento diz não ser possível afirmar qual era o nível de conhecimento de cada sócio em relação aos números da companhia.

    No entanto, a indicação observada nas últimas horas, quando a companhia já tinha posse dessas informações, é de que o trio de acionistas — Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira — deve se afastar por alguns anos da gestão direta da empresa, até que ela se recupere judicialmente.

    *Publicado por Amanda Sampaio, com informações de Fernando Nakagawa e Caio Junqueira

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