Brasil teme avanço de medidas protecionistas no comércio internacional, diz ministro de Relações Exteriores
Chanceler brasileiro defendeu um papel mais efetivo de entidades como a Organização Mundial do Comércio (OMC)
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, disse nesta quinta-feira (8), que o Brasil teme o avanço de medidas protecionistas no comércio internacional.
Durante seu discurso na reunião do Grupo de Ottawa, em Paris, Vieira defendeu um papel mais efetivo de entidades como a Organização Mundial do Comércio (OMC).
Segundo ele, o Brasil também está preocupado com o aumento do protecionismo em todo o mundo e com a utilização de preocupações com a sustentabilidade como cobertura para medidas protecionistas.
O Grupo de Ottawa é uma aliança de países, criada em 2018, que defende justamente a modernização da OMC, no qual inclui Austrália, Brasil, Canadá, Chile, União Europeia, Coreia do Sul, Japão, Quênia, México, Noruega, Nova Zelândia, Cingapura e Suíça.
“Todos sabemos da importância do sistema de solução de controvérsias como um dos três principais pilares e razões de existência da OMC. O Brasil favorece um sistema que produza resoluções verdadeiramente vinculantes, alcançadas por um corpo de juízes imparcial e profissional, dentro de uma estrutura em dois níveis”, acrescentou o chanceler brasileiro.
A reunião também contou com a participação da diretora-geral da OMC, Ngozi Okonjo-Iweala.
O Brasil destacou ainda a importância e urgência do restabelecimento do Órgão de Solução de Controvérsias da OMC, que está paralisado desde 2019.
As discussões no Grupo de Ottawa ocorrem no contexto de preparação para a próxima reunião ministerial da OMC (MC13), que deverá ocorrer nos Emirados Árabes Unidos em fevereiro de 2024.