Republicanos paralisam plenário da Câmara dos EUA em protesto por acordo de dívida
Impasse gira em torno dos níveis orçamentários com os quais o presidente da Câmara dos Representantes, Kevin McCarthy, concordou no projeto de lei do teto da dívida com Biden
Como consequência do acordo do teto da dívida, o presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, Kevin McCarthy, enfrenta uma nova ameaça ao seu poder: insatisfeitos, conservadores de extrema-direita paralisaram o plenário da Casa, revivendo seu descontentamento com o acordo alcançado com o presidente Joe Biden e exigindo cortes de gastos mais profundos à frente.
Integrantes da chamada Freedom House Caucus, a bancada mais à direita do Partido Republicano, bloquearam os trabalhos na Câmara pelo segundo dia consecutivo nesta quarta-feira, 7, em protesto contra a liderança de McCarthy. Votações de rotina não puderam ser realizadas e um projeto de lei sobre exploração de gás de cozinha ficou estagnado. A programação do resto da semana foi cancelada.
O impasse gira em torno dos níveis orçamentários com os quais McCarthy concordou no projeto de lei do teto da dívida com Biden. O acordo restringe gastos, mas não tanto quanto o Freedom Caucus e outros exigiam. Incapazes de impedir a aprovação do projeto de lei da dívida na semana passada, os conservadores agora estão se empenhando e se preparando para uma luta mais longa para impedir que ela se concretize.
O grupo alega que a legislação do teto viola os termos de um acordo que haviam alcançado com McCarthy para reduzir ainda mais os gastos, para níveis de 2022, uma exigência para torná-lo presidente da Câmara.
Por enquanto, McCarthy e sua equipe de liderança precisam apenas descobrir como trazer a Câmara de volta à sessão. Os projetos de lei desta semana não eram os mais urgentes da agenda, mas são populares entre os republicanos e carregam mensagens políticas importantes, mesmo que não tenham chance de se tornar lei.
Entre eles estão pautas relacionados a fogões a gás, incluindo um que proibiria o uso de recursos federais para regulamentar fogões a gás como produto perigoso.
A Câmara parou repentinamente ao meio-dia local de terça-feira, quando o grupo de conservadores se recusou a apoiar uma votação processual de rotina para definir o cronograma de regras para o debate do dia. Foi a primeira vez em cerca de 20 anos que uma votação de regras de rotina foi derrotada.