PF faz operação contra grupo neonazista que teria induzido autor de ataque em escola em Aracruz
Segundo a PF, postagens podem ter incentivado jovem que matou quatro pessoas e feriu 13 após invasões em escolas de Aracruz, no Espírito Santo.
A Polícia Federal (PF) cumpre, nesta sexta-feira (2), mandados de busca e apreensão contra integrantes de um grupo identificado pela PF como neonazista.
A investigação aponta que os membros compartilhavam, por aplicativo de mensagem, material de extremismo violento com vídeos de mortes, divulgação de tutoriais de assassinato, fabricação de artefatos explosivos, além de promoção de ódio a minorias.
De acordo com as investigações, dois integrantes do grupo enviavam as postagens com conteúdo violento ao jovem apreendido em 2022 depois de invadir escolas e matar quatro pessoas em Aracruz, no Espírito Santo.
A investigação demonstrou que os arquivos com o conteúdo de extremismo violento pode ter induzido o menor a cometer os assassinatos em massa.
“Ademais, o uso da cruz suástica na vestimenta do menor no momento do ataque demonstra a influência de ideologia neonazista recebida pelo grupo de aplicativo, reforçando a tese de que o atentado foi cometido por razões de intolerância a raça, cor e religião com o fim de provocar terror social, o que configura o crime de terrorismo”, aponta a PF.
As medidas desta sexta-feira foram cumpridas nas cidades de São Paulo (SP) e Petrolina (PE).
Os investigados podem ser condenados a até 72 anos de prisão pelos crimes de terrorismo e homicídio qualificado – se comprovado que o adolescente foi induzido.
O ataque
O ataque a duas escolas deixou quatro mortos e outros 13 feridos em Aracruz no dia 25 de novembro do ano passado. A investigação apontou que o crime foi planejado por dois anos e que o adolescente, de 16 anos, usou duas armas do pai, um policial militar. Ele havia estudado na escola.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública, o jovem invadiu a escola estadual com uma pistola e fez vários disparos assim que entrou no estabelecimento de ensino. Depois, ele foi até a sala dos professores. Na unidade, duas professoras morreram.