PIB confirma projeção da Fazenda, mas é preciso cautela, diz Haddad
Expansão de 1,9% da economia de janeiro a março foi puxada pela agropecuária; na comparação com 2022 alta do PIB foi de 4%
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta quinta-feira (1º) que o aumento do Produto Interno Bruto (PIB) está dentro das expectativas da equipe econômica e que a perspectiva é de obter crescimento econômico próximo dos 2% ao final de 2023. No entanto, o ministro também considera que é necessário cautela diante do resultado.
“Estamos há algum tempo dizendo que o crescimento deste ano vai bater 2%, confirmando a projeção da SPE, mas devemos ter cautela porque o agro veio muito forte. Então temos de começar a pensar em 2024. Para manter a economia gerando emprego, a gente precisa ter cuidado com 2024 e ter clareza que temos oportunidade muito boa, de inflação caindo, juro futuro caindo, o que abre janela de oportunidade importante para a política monetária”, disse.
Nesta quinta-feira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que a economia brasileira cresceu 1,9% no primeiro trimestre de 2023 na comparação com o trimestre imediatamente anterior e somou R$ 2,6 trilhões. Já em relação ao mesmo período de 2022, a alta foi de 4%.
O resultado foi puxado, principalmente, pelo crescimento de 21,6% da agropecuária, maior alta para o setor desde o quarto trimestre de 1996. No entanto, a equipe econômica já sinaliza que deverá ser observada a desaceleração do setor agro no segundo trimestre, considerando que a produção de grãos – a safra da soja, em especial – tem impacto maior nos primeiros meses do ano.
Haddad ainda disse que o “esforço fiscal continuará sendo feito para garantir os resultados do marco fiscal. Tudo isso vai se combinando virtuosamente para que possamos entrar em um ciclo virtuoso de desenvolvimento”. O foco é na negociação para a votação do novo arcabouço fiscal nos próximos dias e discussão da reforma tributária – o relatório deverá ser divulgado na próxima terça-feira (6).
O ministro ainda reforçou que em relação à reforma e regra fiscal, os presidentes da Câmara, Arthur Lira, e Rodrigo Pacheco, do Senado, estão dispostos “em manter diálogo e fazer a agenda econômica avançar”.