PMI da indústria brasileira sobe para 47,1 pontos em maio, aponta S&P Global
Apesar da alta, índices abaixo de 50 indicam retração, o que acontece pelo sétimo mês seguido
A indústria brasileira contraiu em maio pelo sétimo mês seguido e mostrou algumas tendências preocupantes, ainda que o ritmo de retração tenha perdido força e as pressões de preços tenham se dissipado, de acordo com pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) divulgada nesta quinta-feira (1º).
A S&P Global informou que o PMI da indústria do Brasil subiu a 47,1 em maio, de 44,3 em abril, mas permanece abaixo da marca de 50 que separa crescimento de contração, e destacou preocupações com a queda de novas encomendas, produção, emprego e níveis de compras.
“Muitos obstáculos ficaram aparentes, da demanda fraca e pressões competitivas a custos de empréstimo elevados e incertezas na política (econômica)”, destacou a diretora associada de economia da S&P Global Market Intelligence, Pollyanna De Lima.
Em meio à demanda fraca, as encomendas à indústria do Brasil recuaram pelo oitavo mês seguido, e os produtores de bens também sugeriram que uma queda da competitividade e a demanda global fraca restringiram as novas encomendas de exportação. O ritmo de contração, no entanto, foi o mais lento em 14 meses.
Assim, os dados de maio mostraram a sétima contração seguida nos volumes de produção da indústria em todo o Brasil, ainda que a um ritmo mais fraco do que em abril.
As condições difíceis da demanda, iniciativa de redução de gastos e a decisão de não substituir empregados que deixaram seus cargos provocaram nova queda no número de funcionários na indústria em maio.
“As perdas de emprego continuaram, destacando a necessidade urgente de esforços conjuntos para reverter essa trajetória e a necessidade de criar um ambiente que promova crescimento do emprego, encoraje investimentos e sustente a resiliência da força de trabalho da indústria”, disse De Lima.
Em meio a esses desafios, a S&P Global destacou dois pontos positivos. Condições adversas de demanda e níveis altos de estoques resultaram na redução dos tempos de entrega dos fornecedores de uma forma nunca vista em 17 anos de dados.
Além disso, as pressões de preços se dissiparam, com queda nos custos de insumos pela terceira vez em quase nove anos. Um câmbio mais favorável e condições melhores nas redes logísticas após a pandemia foram citados como motivos.
As empresas repassaram isso para os clientes, reduzindo os preços cobrados em maio, ainda que a uma taxa considerada modesta.
Mas as empresas mostraram-se confiantes de que os níveis de produção serão maiores em 12 meses, com previsões de recuperação das vendas, novas fábricas, diversificação de produtos, aquisições de maquinário e expectativas de juros mais baixos. O nível de sentimento positivo chegou a um pico de oito meses em maio.