China pede que Japão acabe com restrições às exportações de chips
Em março, japoneses anunciaram que endureceriam regras sobre 23 tipos de equipamentos avançados de fabricação de semicondutores
O ministro do Comércio da China instou o Japão a encerrar suas restrições recém-anunciadas às exportações de equipamentos para fabricação de chips, dizendo que isso prejudicaria as relações econômicas e comerciais entre os dois países.
Em março, o Japão anunciou que endureceria as regras sobre as exportações de 23 tipos de equipamentos avançados de fabricação de semicondutores, juntando-se aos Estados Unidos e à Holanda na restrição da venda de tecnologia-chave para a China.
Os chineses estão “fortemente insatisfeitos com” a decisão do Japão, o que viola as regras econômicas e comerciais internacionais, disse um comunicado do Ministério do Comércio do país na segunda-feira, citando seu ministro Wang Wentao. Foi a segunda vez em uma semana que o ministério criticou a decisão do Japão.
Wang espera que o Japão “corrija sua percepção da China”.
Os comentários foram feitos durante as conversas de Wang na semana passada com Yasutoshi Nishimura, ministro da Economia, Comércio e Indústria do Japão, na conferência de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico em Detroit.
Em 23 de maio, o Ministério do Comércio emitiu um comunicado pedindo ao Japão que suspendesse “imediatamente” as restrições à exportação e disse que a China tomaria medidas para defender seus interesses.
Os semicondutores, que são uma parte indispensável de quase todos os dispositivos eletrônicos, surgiram como uma frente importante na disputa entre Washington e Pequim pelo acesso à tecnologia-chave.
Em outubro de 2022, Washington impôs amplas restrições à exportação de chips avançados e equipamentos de fabricação de chips para a China, em uma tentativa de cortar o acesso da China a tecnologia crítica para fins militares.
Desde então, as autoridades americanas persuadiram seus aliados na Holanda e no Japão a se juntarem a esse impasse crescente.
No início deste mês, Pequim retaliou proibindo a venda de produtos da fabricante de chips norte-americana Micron para empresas chinesas que trabalham em importantes projetos de infraestrutura.
Esse anúncio veio poucas horas depois que os países membros do Grupo dos Sete fizeram sua articulação mais detalhada de uma posição compartilhada sobre a China até o momento: enfatizando a necessidade de cooperar com a segunda maior economia do mundo, mas também de combater suas “práticas malignas” e “coerção”.
Wang disse que a China “se opõe firmemente” à declaração do G7 sobre o país.
Em março, a Holanda também anunciou restrições às vendas no exterior de tecnologia de fabricação de chips para países como a China. Pequim criticou fortemente as restrições, rotulando-as de “contenção discriminatória”.