Ucrânia propõe zona desmilitarizada na Rússia para assinar acordo de paz

Um assessor presidencial ucraniano disse nesta segunda-feira (29) que uma zona desmilitarizada, de 100 a 120 quilômetros de extensão, deve ser estabelecida dentro da Rússia ao longo da fronteira com a Ucrânia como parte de um acordo pós-guerra.

A zona seria necessária para proteger as regiões ucranianas de bombardeios, escreveu o conselheiro presidencial Mykhailo Podolyak no Twitter. Ele comenta que as regiões russas que receberiam essa zona de segurança seriam Belgorod, Bryansk, Kursk e Rostov. “Provavelmente com um contingente de controle internacional obrigatório na primeira fase.”

“O tópico-chave do acordo pós-guerra deve ser o estabelecimento de salvaguardas para evitar a recorrência de agressão no futuro”, comenta.

Segundo Podolyak, essa medida seria crucial para garantir a segurança da população em regiões como Kharkiv, Chernihiv, Sumy, Zaporizhzhia, Luhansk e Donetsk. Ou seja, a Ucrânia segue colocando essas regiões, ocupadas pelas tropas Russas, como território incondicionalmente ucraniano.

As declarações surgem em um dia delicado, em que a capital Kiev foi atacada por vários mísseis durante a manhã desta segunda-feira. O chefe da Inteligência de Defesa da Ucrânia prometeu retaliação “muito em breve” após a última onda de ataques de mísseis e drones russos. “Todos aqueles na Rússia que ainda acreditaram, acreditam ou talvez sonham que podem assustar a Ucrânia, quero desapontá-los – isso não é verdade. Todo mundo esteve e ainda está em seus locais de trabalho e continua fazendo seu trabalho”, disse Kyrylo Budanov, em entrevista na segunda-feira (29).

Mais de 70 drones e mísseis foram disparados pelas forças russas desde a noite de domingo, segundo autoridades ucranianas, que dizem que a grande maioria foi interceptada. Vários fragmentos caíram sobre a cidade. Um desses resíduos atingiu uma rua movimentada, quase causando um grave acidente.

(Publicado por Fábio Mendes, com informações da Reuters)