José Loreto: entenda como funciona o dispositivo no bumbum para controle de diabetes
Tecnologia permite o monitoramento dos níveis de glicose no organismo
O ator José Loreto, de 39 anos, marcou presença no desfile da grife The Paradise, durante a 55ª edição da São Paulo Fashion Week na sexta-feira (26).
Com uma sunga fio dental, chamou atenção um pequeno dispositivo no bumbum do artista. O sensor de glicemia ajuda no controle da diabetes, que afeta Loreto há mais de 20 anos.
A tecnologia permite o monitoramento dos níveis de glicose presentes no líquido intersticial, fluido que se encontra nas células. “O sensor consegue medir a concentração de glicose desse líquido que, na maioria das vezes, é bem próximo ao nível de glicose plasmática, do sangue. A vantagem desse sensor é que ele consegue fazer a medida da glicose continuamente”, detalha a médica endocrinologista Aline Guimarães de Faria, do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.
A médica explica que o dispositivo é capaz de resgatar variações de glicemia ao longo do dia. “Tem a facilidade de conseguir fazer a medida da glicose várias vezes ao dia, sem precisar que o paciente faça os tradicionais furos no dedo. Tem essa comodidade e facilidade, é indolor. Esse sensor dura em média 14 dias, então só trocaria aproximadamente duas vezes ao mês”, afirma.
Outra vantagem é a apresentação em um aplicativo de setas de tendência.
“Ele mostra a tendência da concentração da glicose nos próximos minutos. Ela pode estar estável, ou seja, sem variação, pode estar subindo ou pode estar caindo. Isso permite que o paciente consiga se antecipar a qualquer evento”, diz Aline. “Em casos de queda, por exemplo, ele pode evitar um caso de hipoglicemia, que é mais grave para quem tem diabetes, e pode causar tremor, suor frio e, em casos mais graves, até perda de consciência”, completa.
Diabetes tipo 1 e 2
O diabetes é uma síndrome metabólica, causada por diferentes fatores, que faz com que o organismo desenvolva defeitos na ação ou produção da insulina.
A doença é caracterizada pela hiperglicemia crônica, que é o aumento dos níveis de açúcar no sangue e se desenvolve por meio de fatores genéticos, biológicos e ambientais. Pode ser classificado como diabetes tipo 1 ou tipo 2.
No diabetes tipo 1, o organismo perde sua capacidade de metabolizar a glicose (açúcar). O diagnóstico é precoce e normalmente acomete crianças e adolescentes. Além disso, o fator hereditário, que é quando há histórico familiar, pode contribuir também.
Já o diabetes tipo 2 é definido pela resistência da insulina, se apresenta de maneira gradativa e é mais comum em adultos com hábitos inadequados que resultam no excesso de peso, presença de gordura no sangue (dislipidemia) e hipertensão. Esse tipo de diabetes não é comum em crianças.
Sinais da doença
Cerca de 12,3 milhões de pessoas vivem com diabetes no Brasil, de acordo com estimativas do Ministério da Saúde.
A doença pode atingir qualquer pessoa, de todas as idades. No entanto, fatores de risco podem contribuir para o desenvolvimento da doença, como a presença de pessoas com diabetes na família, comportamentos sedentários, obesidade, hipertensão arterial e idade acima de 45 anos.
Entre os sintomas que podem indicar a presença da doença estão: fome frequente, sede intensa, desânimo, fraqueza, sonolência, tontura, perda de peso, urina em excesso, dificuldade na cicatrização de feridas e infecções frequentes. Para cada tipo do diabetes, os sintomas podem variar, o que indica a necessidade de atendimento médico para esclarecimento do quadro clínico.
O tratamento da doença pode ser feito tanto com insulina quanto com a medicação oral. Segundo o Ministério da Saúde, a insulina costuma ser usada para tratar o diabetes do tipo 1, embora sirva para alguns casos de tipo 2, como quando o pâncreas começa a não produzir mais o hormônio em quantidade suficiente.
Já a medicação oral é usada no tratamento de diabetes tipo 2 e, dependendo do princípio ativo, tem o papel de diminuir a resistência à insulina ou de estimular o pâncreas a produzir mais desse hormônio.
Sem o tratamento adequado, a doença pode levar a complicações como problemas neurológicos, na visão, nos rins, nos pés e nas pernas, além de infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral (AVC).