Gastos com consumo crescem 0,8% com alta de 0,4% da renda pessoal nos EUA em abril
Aumento dos gastos do consumidor no mês passado moderou as expectativas dos economistas de uma forte desaceleração no trimestre
Os gastos do consumidor norte-americano aumentaram mais do que o esperado em abril, impulsionando as perspectivas de crescimento da economia para o segundo trimestre, enquanto a inflação acelerou e pode levar o Federal Reserve a manter a taxa de juros mais alta por algum tempo.
Os gastos do consumidor saltaram 0,8% no mês passado, informou o Departamento de Comércio nesta sexta-feira (26). Os dados de março foram revisados e mostram aumento de 0,1%, em vez de taxa zero como relatado anteriormente.
Economistas consultados pela Reuters previam que os gastos do consumidor, que respondem por mais de dois terços da atividade econômica dos EUA, subiriam 0,4%.
O aumento dos gastos do consumidor no mês passado moderou as expectativas dos economistas de uma forte desaceleração neste trimestre. Embora os gastos do consumidor tenham acelerado no ritmo mais rápido em quase dois anos no primeiro trimestre, grande parte do crescimento se concentrou em janeiro.
A fraqueza em fevereiro e março colocou os gastos em uma trajetória de crescimento mais baixa no segundo trimestre.
Renda
Os gastos do consumidor estão sendo sustentados por fortes ganhos salariais em um mercado de trabalho apertado. Isso se soma à resiliência do mercado de trabalho, uma recuperação na produção industrial e uma retomada na atividade empresarial, sugerindo que a economia estava recuperando a velocidade depois de crescer a uma taxa anualizada de 1,3% no primeiro trimestre.
A renda pessoal nos Estados Unidos subiu 0,4% em abril ante março.
Ainda assim, os gastos do consumidor desaceleraram desde o aumento em janeiro, à medida que os norte-americanos ficam mais sensíveis aos preços.
Os benefícios sociais do governo também estão diminuindo e acredita-se que a maioria das famílias de baixa renda tenha esgotado as economias acumuladas durante a pandemia do Covid-19.
O crédito também ficou muito caro após aumentos de 500 pontos-base na taxa de juros pelo Fed desde março de 2022, quando o banco central dos EUA embarcou em sua campanha de aperto monetário mais rápida desde a década de 1980 para domar a inflação. Os bancos também estão restringindo os empréstimos após a recente turbulência no mercado financeiro.
O índice PCE de preços subiu 0,4% em abril, após alta de 0,1% em março. Nos 12 meses até abril, o PCE subiu 4,4%, após avançar 4,2% em março.
Excluindo os componentes voláteis de alimentos e energia, o índice de preços PCE subiu 0,4%, após alta de 0,3% em março.
O chamado núcleo PCE aumentou 4,7% na comparação anual em abril, depois de subir 4,6% em março. O Fed acompanha o PCE para sua meta de inflação de 2%.
*Com informações de Estadão Conteúdo