Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Estrangeiros estão otimistas com preços de ativos brasileiros, afirma Itaú BBA

    Investidores internacionais também indicam que bolsa brasileira provavelmente terá bom desempenho quando houver maior visibilidade redução dos juros

    Por Paula Arend Laier, da Reuters

    Estrategistas do Itaú BBA encontraram investidores internacionais mais otimistas do que previam em evento mais cedo neste mês, argumentando que os preços no Brasil parecem atrativos em relação a outros mercados emergentes e que a bolsa brasileira provavelmente terá um bom desempenho quando houver maior visibilidade sobre cortes na taxa básica de juros.

    “Muitos acreditam que o Banco Central começará a cortar os juros mais cedo do que o cenário base presumido pela equipe macro do Itaú BBA no quarto trimestre”, afirmaram Marcelo Sá, Matheus B. Marques e Victor Cunha, após a Itaú BBA CEO Conference, realizada em Nova York de 9 a 11 de maio. O evento contou com presença de 501 investidores institucionais, sendo 70% estrangeiros, segundo o banco.

    “Nós também sentimos um melhor humor entre os investidores brasileiros, que estavam muito pessimistas antes de nossa conferência”, acrescentaram os estrategistas em relatório enviado a clientes nesta quinta-feira, em que discutem os principais pontos abordados no evento.

    Desde a conferência, Sá e equipe também observaram uma clara mudança no posicionamento de seus clientes e na demanda de nomes defensivos para ações de beta elevado, de empresas como B3, BTG Pactual, Nubank, Inter, PagSeguro e StoneCo, bem como visão mais cautelosa sobre commodities de modo geral.

    “Essa rotação já começou, mas acreditamos que está apenas começando e que essa tendência continuará.”

    Sá e equipe também comentaram sobre a aprovação do novo marco fiscal do Brasil pela Câmara dos Deputados nesta semana, o que eles veem como um evento positivo, eliminando o risco de um quadro fiscal muito pior. Ainda assim, ecoam avaliação dos economistas do Itaú de que nova regra não vai estabilizar a métrica dívida em relação ao PIB no curto prazo.

    “Para isso acontecer, o governo teria que encontrar um volume enorme de receitas extraordinárias. Assumimos algumas receitas extraordinárias em nosso cenário base, e nossas simulações apontam para uma elevação da dívida bruta/PIB de 72,9% em 2022 para 87% em 2026”, acrescentaram.

    De acordo com os estrategistas do Itaú BBA, a reforma tributária é a próxima grande pauta do país. Eles avaliam que a mudança envolvendo imposto sobre vendas será difícil de ser aprovada no curto prazo, pois o lobby de vários setores dificultará a fixação de um único IVA para todos. E não aumentará as receitas do governo em termos reais, dado o período de transição.

    Na segunda fase da reforma, que trata do imposto de renda e que veem sendo debatida no segundo semestre, avaliam que aí sim as receitas aumentarão, uma vez que acarretará na tributação de dividendos, fim do benefício dos juros sobre o capital próprio, aumento de impostos para pessoas físicas endinheiradas e pouca ou nenhuma redução de impostos corporativos.

    A equipe liderada por Sá também atualizou a sua “Lista de compras”, incluindo BTG Pactual, Grupo Soma, Localiza, Nubank e Hapvida, enquanto excluiu Assaí, Sabesp, SLC Agrícola, Rumo e Vale.

    Os papéis de Equatorial, B3, Suzano, Prio e Mercado Livre completam o portfólio.

    Tópicos