William Waack: Os próximos dois meses da política econômica no Brasil
Empresários se reuniram com Lira, Pacheco, Haddad e o presidente do Banco Central para discutir política econômica
O mundo dos negócios e da política reuniu-se nesta terça-feira (23) em Brasília para combinar como serão os próximos dois meses de política econômica no Brasil.
O encontro tinha representantes da indústria, do agro, dos serviços, das finanças, os presidentes da Câmara e do Senado, respectivamente Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.
O que se conseguiu combinar? Primeiro, a aprovação mais rápida possível do arcabouço fiscal – isto é, como o governo vai tratar das contas públicas. Segundo, a aprovação o mais rápido possível da reforma tributária.
Essa foi a parte, digamos, fácil do encontro realizado na hora do almoço na residência oficial de Pacheco. Agora, vamos à parte mais difícil.
O presidente do Banco Central sofreu enorme pressão para baixar os juros, coisa que ele reiterou que não dá para fazer sozinho.
A reunião assume que a arrecadação terá de aumentar bastante e, possivelmente, a carga tributária também, para o governo manter o que pretende, que é aumentar gastos.
Portanto, depende da reforma tributária o ganho de produtividade que os vários setores da economia precisam para fazer o Produto Interno Bruto (PIB) crescer.
Mas há votos suficientes para aprovar essa reforma? Pacheco e Lira dizem que sim, mas o ponto de interrogação continua.
Empresários queixaram-se dos juros, parlamentares queixaram-se de falta de articulação política do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e o ministro da Fazenda queixou-se que um terço do que ele pretende para equilibrar as contas depende do Judiciário – que, aliás, não estava lá.
As opiniões expressas nesta publicação não refletem, necessariamente, o posicionamento da CNN ou seus funcionários.