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    Homem diz que escreveu cem livros de ficção científica usando inteligência artificial

    Segundo artigo na Newsweek, Tim Boucher também fez de 40 a 140 imagens com ferramentas de IA

    Beatrice Teizencolaboração para a CNN

    O autor de ficção científica Tim Boucher um usou geradores de inteligência artificial, incluindo o ChatGPT, para escrever e ilustrar quase 100 livros em menos de um ano. Em um artigo na Newsweek, ele afirmou que foram 97 mini romances nos últimos nove meses. Ele explica no texto como foi o processo de criação.

    “Meu objetivo era criar uma série de e-books únicos e cativantes, mesclando ficção científica distópica com construção de mundo de IA convincente. Os livros são uma prova do potencial da IA em aumentar a criatividade humana. Cada obra apresenta entre 2.000 e 5.000 palavras e 40 a 140 imagens geradas por IA. Geralmente, leva aproximadamente de 6 a 8 horas para ser criada e publicada. Em alguns casos, consegui produzir um volume em menos de três horas”, explicou.

    De acordo com Boucher no artigo, essa taxa de produção “sem precedentes” é possível devido a ferramentas de IA como a Midjourney (versão 5.1) para geração de imagens, e ChatGPT (versão 4) e Claude, da Anthropic, para brainstorming e geração de texto.

    “Vendi 574 livros por um total de quase US$ 2 mil [R$ 9.900] entre agosto e maio. Todos os livros se cruzam, criando uma teia de narrativas interconectadas que constantemente atraem os leitores e os encorajam a explorar mais. Essa abordagem tem sido bem-sucedida, com a maioria dos meus leitores sendo compradores recorrentes, muitos tendo comprado mais de uma dúzia de títulos”, disse.

    Capa de um dos livros de Tim Boucher criado por meio de inteligência artificial / Reprodução/Gumroad

    “Em um caso, um leitor comprou mais de 30 títulos. Isso é realmente emocionante e gratificante para um escritor”, comentou o autor.

    O criador das obras informou ainda que cada livro custa entre US$ 1,99 e US$ 3,99 (R$ 10 e R$ 19) entre e que ele vende por uma plataforma de comércio eletrônico que lhe dá maior controle. Nela, ele consegue ver mais informações sobre quem está realmente comprando os títulos e entender melhor o que seus consumidores procuram como leitores.

    Rebatendo as críticas

    Tim Boucher rebateu ainda as críticas sobre suas obras curtas serem consideradas apenas contos e não um livro real, por conta da quantidade de palavras.

    “Para aqueles críticos que pensam que uma obra escrita de 2.000 a 5.000 palavras é ‘apenas’ um conto e não um livro real, eu diria que esses ‘livros não reais’ mostraram retornos impressionantes para uma pequena editora independente extremamente de nicho com muita pouca promoção e basicamente nenhuma sobrecarga”, afirmou.

    Para ele, o sucesso de seus livros se deve às narrativas interligadas ao longo das obras, que despertam a curiosidade e mantêm os leitores engajados. “Muitos leitores costumam voltar para comprar mais seis, oito ou até dez volumes em uma única sessão, o que sugere que o tamanho não limita o engajamento ou as vendas”.

    Ajuda da inteligência artificial

    O autor disse que, por meio das ferramentas de inteligência artificial, ele conseguiu dar vida a histórias que tinha em sua cabeça há anos. Elas também os ajudaram a criar plataformas para auxiliar no processo criativo no futuro.

    “Consegui dar vida a histórias e universos narrativos que vinham se formando em minha mente há anos. Até usei a IA para me ajudar a codificar miniaplicativos que simplificarão e acelerarão ainda mais o processo criativo no futuro. Usando ferramentas, é preciso aprender e se adaptar aos limites das tecnologias existentes atualmente. Aprendi a abraçar isso, porém, e vê-las como ‘recursos, não bugs’, e até mesmo algo que aponta para novas oportunidades de contar histórias. Ao contrário da crença popular de que a IA substituirá os trabalhos criativos, vejo-a como um recurso poderoso para aprimorar e acelerar nossas capacidades para nos tornar melhores em tudo o que fazemos”, finalizou.

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