Polícia realizará perícia para investigar velocidade de carro que atropelou e matou homem em SP
Motorista de aplicativo Christopher Rodrigues postou um vídeo, logo após o incidente, ironizando a vítima e alegando que ela havia furtado um celular; ele foi indiciado por três crimes
O Ministério Público de São Paulo pediu uma perícia complementar para apurar o caso de atropelamento e morte de um homem por um motorista de aplicativo, no centro de São Paulo, em 25 de abril.
O objetivo é saber se a velocidade empregada pelo motorista Christopher Rodrigues, de 27 anos, no momento do atropelamento que matou o ambulante Matheus Campos, era compatível com o limite da via ou se foi constatado algum outro indício de negligência ou imprudência do condutor.
Após o atropelamento, o motorista publicou um vídeo em que ironiza a vítima e diz que ela furtou um celular. Christopher também disse, entre outras coisas, que seria “menos um fazendo o L”, uma alusão ao símbolo dos eleitores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante as eleições presidenciais do ano passado.
Em entrevista à CNN, o delegado Percival Alcântara, titular do 5º DP (Liberdade), disse que, no começo deste mês, a Polícia Civil tinha encerrado o caso e indiciado o motorista de aplicativo por homicídio culposo – quando não há intenção de matar -, omissão de socorro e incitação ao crime.
No entanto, segundo Alcântara, por conta dos novos pedidos do Ministério Público, a investigação será retomada pela delegacia. O prazo de conclusão é de 30 dias.
O delegado informou, ainda, que outros policiais militares que atenderam o caso também serão ouvidos, mas os depoimentos ainda não têm data definida.
Christopher Rodrigues teria atropelado o ambulante após suspeitar que ele havia furtado o celular de outro motorista de aplicativo no viaduto Júlio de Mesquita Filho, na região central de São Paulo.
O acusado segue em liberdade uma vez que, até o momento, não há pedido de prisão contra ele. De acordo com o advogado de Christopher, André Nino, a “defesa concorda com essa necessidade de realização de novas perícias, até mesmo para reforçar a nossa tese de que não houve dolo”, explicou.