Mauro Cid quer revogação de prisão com estratégia usada pela defesa de Torres
Advogado alega que ex-ajudante de ordens deve passar a colaborar com autoridades, inclusive entregando provas técnicas
Após ter ficado em silêncio em depoimento à Polícia Federal (PF), Mauro Cid e sua defesa planejam uma estratégia para tentar a revogação de sua prisão. Além disso, ele foi aconselhado a não tensionar a relação com o Supremo Tribunal Federal (STF). As informações são de Leandro Resende, analista de Política da CNN.
Os representantes alegam que o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL) passará a colaborar com as autoridades com a entrega de provas técnicas para a investigação da PF. Uma dela, inclusive, já foi disponibilizada: uma conta bancária que Cid tem em Miami, nos Estados Unidos.
Além disso, a PF busca outros caminhos para levantar provas que consideram técnicas e que possam ser entregues à investigação.
Cid justificou a escolha pelo silêncio no depoimento pelo fato de não ter acesso às perícias e provas que a PF produziu. A defesa se baseia em uma decisão do Supremo Tribunal Federal de que as provas que estão sendo usadas pela acusação precisariam estar sob posse dos advogados.
Ainda assim, há um debate jurídico quanto a isso, pois não necessariamente elas precisariam ser disponibilizadas, sobretudo se tiverem algum grau de sigilo ou ainda estiverem sendo produzidas, explica Leandro Resende.
O analista de Política da CNN ressaltou que essa estratégia se assemelha ao caso de Anderson Torres, ex-ministro da Justiça que foi preso por suposta omissão nos atos criminosos de 8 de janeiro e solto após a defesa passar a mostrar disposição colaborativa com as autoridades.
Ainda segundo Leandro Resende, Cid foi aconselhado por pessoas próximas, sobretudo militares, a não fazer declarações públicas ou movimentos nos bastidores que possam desagradar o STF.
Esposa admite ter usado certificado falso feito pelo marido
A esposa de Mauro Cid, Gabriela Santiago Cid, admitiu em depoimento à Polícia Federal (PF) nesta sexta-feira (19) que utilizou um certificado de vacinação falsificado feito pelo marido. As informações são de Renata Agostini, analista de política da CNN.
Gabriela disse ter conhecimento do esquema de fraude dos cartões de vacinação e que fez uso de um deles por não ser vacinada contra a Covid-19.
As investigações da corporação apontam que ela utilizou a documentação falsa para realizar ao menos três viagens aos Estados Unidos.
Mensagens extraídas do celular do ex-ajudante de ordens pela Polícia Federal revelam conversas dele com a esposa em que ambos colocam em dúvida os imunizantes. Diversos especialistas já atestaram a segurança e eficácia das vacinas utilizadas contra a Covid-19.
Gabriela Cid deixou a sede da PF em Brasília por volta das 17h10, tendo prestado esclarecimentos à corporação por quase três horas.
*Publicado por Tiago Tortella, da CNN