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    Em um mês de batalhas, capital do Sudão é alvo de ataques aéreos

    Conflito entre o exército e as milícias RSF se intensificaram em meio às tentativas de EUA e Arábia Saudita de costurarem uma trégua; mais de 600 pessoas morreram e ao menos 5,5 mil foram feridas 

    Da Reuters , Cartum

    O Exército sudanês realizou ataques aéreos nesta segunda-feira (15) ao longo do rio Nilo, no norte da capital Cartum, enquanto luta para repelir seus rivais paramilitares, disseram testemunhas. O conflito completou um mês de duração.

    Batalhas intensas em Cartum e em suas cidades irmãs Bahri e Omdurman têm ocorrido apesar das negociações mediadas pela Arábia Saudita e pelos Estados Unidos entre o Exército e o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (RSF) na cidade de Jeddah, no Mar Vermelho, com o objetivo de garantir acesso humanitário e um cessar-fogo efetivo.

    O combate se espalhou para a região ocidental de Darfur, já marcada por um longo conflito, mas se concentra na capital do Sudão, onde combatentes da RSF ocuparam posições em bairros e o Exército tem usado ataques aéreos e fogo de artilharia pesada para atingir os rivais.

    “Estamos sob intenso bombardeio agora em Sharq el-Nil e a Apoio Rápido está respondendo com armas antiaéreas”, disse Awatef Saleh, de 55 anos, referindo-se à área em que vive ao longo do Nilo, em Bahri. “Tudo isso está acontecendo perto de nossas casas, estamos em estado de terror e medo.”

    O comandante do Exército, general Abdel Fattah al-Burhan, e o líder da RSF, Mohamed Hamdan Dagalo, conhecido como Hemedti, ocupavam os principais cargos no conselho governante do Sudão após a derrubada de Omar al-Bashir em 2019, e deram um golpe dois anos depois, quando o prazo para entregar o poder aos civis se aproximava.

    A guerra estourou após disputas sobre os planos para a RSF ser absorvida pelo Exército e pela cadeia de comando em uma nova transição política.

    O conflito fez com que cerca de 200 mil fugissem para os países vizinhos e mais de 700 mil fossem deslocados dentro do Sudão, desencadeando uma crise humanitária que ameaça desestabilizar a região.

    Aqueles que permaneceram em Cartum têm lutado para sobreviver em meio aos combates, à medida que os serviços de saúde entraram em colapso, o fornecimento de energia e água foi cortado e os estoques de alimentos diminuíram.

    Os moradores relataram um aumento constante de saques e ilegalidades depois que a polícia desapareceu das ruas no início do conflito.

    A agitação matou pelo menos 676 pessoas e feriu 5.576, de acordo com dados oficiais, embora com muitos relatos de pessoas desaparecidas e corpos deixados insepultos.

    (Reportagem de Khalid Abdelaziz em Dubai e Nafisa Eltahir no Cairo)

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