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    Brasil e Mercosul vão reavaliar acordo comercial com União Europeia, diz Mauro Vieira

    Segundo o chanceler brasileiro, novas exigências dos europeus na negociação abrem margem para a aplicação de sanções contra o país; contraproposta deverá ser apresentada à UE

    Rudá Moreirada CNN

    O ministro de Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou nesta quinta-feira (11) que o governo brasileiro e o Mercosul vão reavaliar o acordo comercial com a União Europeia após novas condições do bloco europeu serem impostas.

    Segundo o chanceler, uma contraproposta será apresentada à UE, mas ele não deu um prazo.

    Para Vieira, exigências muito duras relacionadas às metas ambientais foram colocadas na mesa de negociação, abrindo margem, inclusive, para a aplicação de sanções contra o Brasil em caso de não cumprimento.

    A União Europeia, sem crítica direta ao grupo, a nenhum dos países diretamente, tem um viés muito protecionista. E nós estamos reavaliando o acordo (…) Esse documento é extremamente duro e difícil, criando uma série de barreiras e possibilidades, inclusive de retaliação, de sanções. Isso pode ter prejuízos enormes. Isso aumenta, inclusive, os compromissos no acordo de Paris, por exemplo, que o Brasil vai respeitar e vai fazer”, disse Vieira.

    Para o ministro, as novas condições da UE criam dificuldades adicionais à negociação e tomam como ponto de partida a legislação ambiental europeia, que ele classificou como “rígida e de difícil verificação”.

    Essa é a primeira manifestação pública de um integrante do alto escalão do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre as novas condições do acordo apresentadas pela UE. A fala foi feita em audiência na Comissão de Relações Exteriores do Senado Federal.

    O acordo do Mercosul com a União Europeia

    A tentativa de firmar um acordo bilateral entre europeus e sul-americanos foi iniciada há mais de 20 anos. Em 2019, os dois blocos anunciaram a conclusão da negociação entre as áreas técnicas para formalizar a proposta. No entanto, novas exigências, especialmente na área ambiental, ainda travam a discussão.

    Em abril, o governo brasileiro chegou a afirmar que a expectativa é de concluir o acordo comercial ainda no primeiro semestre de 2023. O presidente Lula já disse, inclusive, que a negociação entre os dois blocos deve ser prioridade, para ser concluída antes de o Mercosul iniciar conversas para um acordo com a China.

    (*Publicado por Pedro Jordão)

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