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    Propostas da UE para acordo com Mercosul são “duras e difíceis”, afirma chanceler brasileiro

    Negociações técnicas para conclusão de contrato foram finalizadas em 2019, mas europeus encaminharam novos protocolos

    Pedro Nogueirada CNN , Em Brasília

    O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, classificou a carta adicional de propostas da União Europeia para o acordo de livre comércio com o Mercosul como “extremamente dura e difícil”.

    De acordo com o chanceler, as propostas criam uma série de barreiras, possibilidades de retaliação e sanções com base em uma legislação ambiental europeia extremamente rígida.

    O ministro das Relações Exteriores foi ouvido nesta quinta-feira (11) por senadores antes das sabatinas de embaixadores brasileiros recém-indicados. Vieira explicou a atuação do Itamaraty nos primeiros meses da nova gestão e descreveu prioridades para a diplomacia brasileira.

    As negociações técnicas para conclusão do acordo foram finalizadas em 2019. Em uma nova etapa de negociações, os europeus apresentaram uma “side letter”, um tipo de protocolo adicional com novos compromissos relacionados à temática ambiental.

    Política externa brasileira

    Senadores questionaram o ministro sobre o processo de adesão do Brasil na OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico)
    e a reforma do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas). O ministro Mauro Vieira reforçou a mensagem de que o Conselho reflete a realidade do fim da Segunda Guerra Mundial e que precisa ser atualizada.

    O órgão é formado por 15 países. Entre esses, dez são rotativos, com mandatos eletivos de dois anos, e cinco são membros permanentes com poder de veto: EUA, Reino Unido, França, Rússia e China.

    Quanto à guerra na Ucrânia, o ministro voltou a classificar o conflito como gravíssimo. “É a primeira vez em mais de 70 anos que há uma guerra na Europa”, afirma.

    Ele mencionou os esforços do Brasil na negociação pelo fim do conflito, incluindo a questão alimentar e crise humanitária, além de destacar a tradição do Brasil em mediação pacífica.

    Mulheres na diplomacia

    Questionado sobre o baixo número de mulheres indicadas para as embaixadas estrangeiras, o ministro explicou que, além da embaixadora Maria Luiza Viotti, indicada à embaixada do Brasil nos EUA, outras 5 mulheres aguardam agrément (anuência do país que recebe o diplomata) antes da sabatina.

    Ele também destacou a nomeação da embaixadora Maria Laura da Rocha para o cargo de Secretária-Geral do Itamaraty e de quatro outras mulheres para funções de segundo escalão no ministério.

    Vieira mencionou que as mulheres somam 23% dos quadros da carreira diplomática no Brasil. Ele afirma também que o ministério criou comitês sobre paridade de gênero e mantém diálogo com as associações de diplomatas sobre o assunto.

    O Itamaraty foi alvo de críticas quanto ao baixo número de mulheres nomeadas para chefiar missões fora do Brasil. Em março, a Associação de Mulheres Diplomatas Brasileiras encaminhou carta a Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) apontando que, entre 23 nomeações de diplomatas de carreira para essas funções de liderança no exterior, 22 são homens e há apenas 1 mulher.

    A embaixadora Maria Luiza Viotti é a única mulher indicada para uma embaixada a participar nesta etapa de sabatinas. Viotti foi embaixadora do Brasil na Alemanha e nas Nações Unidas, além de chefe de gabinete do Secretário-Geral da ONU.

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