Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Em sabatina à CNN, Trump defende política de armas de Bolsonaro

    Em sua primeira entrevista à CNN desde 2016, ex-presidente defende maior acesso da população às armas para reduzir a criminalidade e afirmou que adotará essa política se voltar à Casa Branca

    Da CNN

    O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, defendeu a política de armamento da população promovida no Brasil pelo ex-presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, e usou como um exemplo de medida pública para conter a criminalidade. A declaração aconteceu durante sua participação no CNN Town Hall, realizado no estado de New Hampshire, na noite de quarta-feira (10).

    “Ele (Bolsonaro) disse para as pessoas saírem e comprarem as armas. As pessoas foram lá e compraram e o crime caiu muito. Os números diminuíram porque elas passaram a ter segurança.”

    Moderada por Kaitlan Collins, âncora do CNN This Morning, essa foi a primeira entrevista de Trump à CNN desde 2016. Ele respondeu aos questionamentos de eleitores do partido Republicano e de indecisos.

    Trump citou o Brasil quando respondia a um eleitor se ele pretendia tomar medidas para restringir o uso de armas por parte da população, a exemplo do que vem fazendo o atual presidente norte-americano, Joe Biden. Ele descartou a possibilidade e evocou a segunda emenda da Constituição dos EUA, que afirma que “o direito do povo de manter e portar armas não deve ser violado”.

    “Ninguém protegeu a segunda emenda como eu fiz. Eu fiz até o fim e não é algo fácil. Nós temos um problema de saúde mental neste país. Não são as armas que puxam o gatilho, são as pessoas que puxam.”

    Após esta fala, Trump citou o Brasil sob Bolsonaro como um exemplo que seria adotado caso volte à Casa Branca. “Tem um país que tinha uma política muito rígida sobre armas. O Brasil era muito rigoroso. A matança era absurda. As pessoas entravam nas casas das pessoas e matavam. Não tinham proteção nenhuma. Daí ele (Bolsonaro) disse para as pessoas saírem e comprarem as armas. As pessoas foram lá e compraram e o crime caiu muito. Os números diminuíram porque elas passaram a ter segurança.”

    Queda nas mortes

    De acordo com os dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o Brasil registrou recorde histórico em homicídios em 2017, quando mais de 64 mil pessoas foram assassinadas e a taxa de mortalidade chegou a 30,9 por 100 mil habitantes. Os números passaram a cair a partir de então. Em 2018, o índice já havia caído para 22,3 mil.

    A partir de 2019, o governo Bolsonaro reduziu a rigidez sobre a legislação de armas no país. Baseado nessa política, o Fórum Brasileiro de Segurança Pública produziu um estudo para investigar se redução da letalidade violenta era fruto deste afrouxamento legal. Por meio de uma análise econométrica, foi constatado que quanto maior a difusão de armas, maior a taxa de homicídios. Ainda de acordo com os estudos, se não houvesse o aumento de armas de fogo em circulação a partir de 2019, teria havido 6.379 homicídios a menos no Brasil. Ou seja, o aumento da difusão de armas terminou por impedir, ou frear uma queda ainda maior das mortes.

    (Publicado por Fábio Mendes)