Ibovespa fecha em alta de 1,01% e dólar recua a R$ 4,98 com ata do Copom e indicação de Galípolo ao BC
Ações da Natura destoam e disparam mais de 15% com expectativas positivas para os próximos trimestres
O Ibovespa voltou a fechar no campo positivo nesta terça-feira (9), puxado pela disparada da Natura (NTCO3) após a divulgação de dados do primeiro trimestre melhores do que a expectativa dos analistas.
No front político, os investidores analisaram a ata do Comitê de Política Econômica (Copom) do Banco Central (BC), que manteve os juros no patamar de 13,75% na semana passada, além da oficialização do secretário-executivo do Ministério da Fazenda Gabriel Galípolo para um cargo de direção do BC.
Diante deste contexto, o principal índice da bolsa brasileira encerrou em alta pela quarta sessão seguida, com avanço de 1,01%, aos 107.113 pontos.
O dólar seguiu a direção oposta e voltou a ser negociado abaixo de R$ 5. A moeda norte-americana perdeu 0,55%, a R$ 4,985 na venda.
Os papéis da Natura se destoaram no pregão desta terça-feira com valorização de 15,08%, fechando a R$ 12,97. Na véspera, a companhia anunciou prejuízo líquido de R$ 652,4 milhões no primeiro trimestre de 2023, com leve alta de 1,4% em relação ao prejuízo de 12 meses atrás.
Apesar do resultado negativo, a abertura dos dados indicou boas expectativas para os próximos passos da empresa. O presidente-executivo da companhia, Fábio Barbosa, afirmou nesta terça-feira que 2023 dever ser mais um ano desafiador, mas que os números do primeiro trimestre do ano sinalizam que a empresa está na direção correta.
“Nossas prioridades estratégicas estão aqui e os primeiros resultados nos dão a confiança de que estamos no caminho certo”, afirmou o executivo.
Na seara política, investidores analisaram o recado que o BC passou pela ata do Copom, sinalizando que espera queda da inflação no curto prazo, mas ainda vê pressão nos preços em horizontes mais longos.
Essa perspectiva negativa justificou os juros no atual patamar, apesar de o colegiado reconhecer que algumas medidas do governo, como o novo marco fiscal e a volta dos tributos sobre os combustíveis, retiraram parte das incertezas do cenário econômico.
Ainda em Brasília, o mercado seguiu acompanhando a oficialização da Galípolo para a direção de Política Monetária do BC. O nome do auxiliar do ministro da Fazenda Fernando Haddad foi divulgado na véspera e ainda precisa passar pela aprovação do Senado.
Em entrevista à CNN nesta tarde, o secretário-executivo afirmou querer colaborar com o projeto social do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do ministro da Fazenda.
O secretário reforçou que “seria estranho se tanto o presidente quanto o ministro fizessem a indicação de alguém que não tenham afinidade” com o governo, e avaliou que Haddad tem “vencido” o ceticismo do mercado com relação à políticas anunciadas pelo governo federal.
*Publicado por Sofia Kercher, da CNN. Com informações de Reuters e Tamara Nassif, da CNN.