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    Caio Braz é roubado em Londres e celular é enterrado: “Uma abordagem bem São Paulo”

    Influencer contou, nas redes sociais, o susto que levou com o "golpe da bicicletinha" e a "saga" para encontrar o aparelho enterrado em um parque

    da CNN

    Caio Braz, jornalista e criador de conteúdo digital, viveu algo horrivelmente comum para quem mora nos arredores do centro de São Paulo, mas com desenrolar bem inesperado. No último domingo (7), o recifense sofreu o famoso “golpe da bicicletinha” – só que em Londres – e o celular roubado foi enterrado num parque.

    Passando uma temporada em Paris, na França, Caio viajou para cobrir a coroação do rei Charles III. À CNN Brasil, o jornalista revelou que foi encontrar um amigo para tomar café da manhã e, ao sair da estação de trem por volta das 9h30, viu um “cara alto, em uma bicicleta elétrica e usando balaclava [uma máscara de rosto que só deixa os olhos a mostra]. Isso me chamou atenção, mais pelo estilo do que por enxergá-lo como um potencial assaltante”. Além da balaclava, o rapaz ainda usava luvas de ciclistas e roupas que pareciam esportivas.

    Morador do centro de São Paulo, Caio sabe que se deparar com alguém usando o mesmo tipo de máscara pode despertar medo e insegurança, mas, por estar na Europa, acabou relaxando. “Continuei mexendo no celular e 30 segundos depois, o cara passou, pegou e saiu correndo [na bicicleta]”.

    Apesar de não ter conseguido ir atrás do ladrão, ele foi acolhido por dois policiais a paisana. “Eles estavam de folga e não tinham como abrir um inquérito, mas ligaram para a polícia, que chegou em 30 segundos”, contou. Com a ajuda da polícia, o brasileiro abriu um boletim de ocorrência e foi orientado a avisar quaisquer novidades sobre o “paradeiro” do aparelho.

    Sem dinheiro, celular, cartão e acesso ao e-mail, Caio só conseguiu voltar à Paris por conta do boletim de ocorrência, que dá direito a uma viagem gratuita de trem. Ao chegar em casa, conseguiu, por outros aparelhos eletrônicos, como o iPad, acionar o localizador e avisar as pessoas do que tinha acontecido. Por volta das 22h, recebeu a notificação via rastreador de que o celular estava em um parque de Londres.

    “O policial me contou que as pessoas que assaltam não levam o celular para casa, mas enterram em uma parte da cidade como uma tática para fazer a vítima desistir. Depois de um tempo, eles desenterram e dão o destino que querem ao celular”.

    Pelas redes sociais, Caio pediu para que um amigo que mora na cidade e seguidores que estivessem na região tentassem encontrar o aparelho. No entanto, apesar do GPS indicar o local, a busca não deu certo. Mais tarde, ele recebeu uma nova notificação de que o celular teria mudado de área da cidade.

    “A gente sabe que Paris é um lugar perigoso, que tem bate carteira e às vezes uma abordagem bem violenta. Aqui [na Europa], bobeou, dançou, especialmente turista. Mas a gente tem esse relaxamento, é algo importante de falar. Eu estava ligado nisso, mas não imaginei que em Londres isso aconteceria. Foi uma abordagem ‘bem São Paulo'”, contou.

    Esta segunda-feira (8), é feriado tanto na Inglaterra, pela coroação do rei Charles III, quanto em Paris, que celebra o fim da 2ª Guerra Mundial, e talvez por isso o processo da busca pelo celular seja um pouco maior. Mas, apesar de ter comprado um novo (afinal, hoje em dia ninguém consegue ficar muito tempo sem o aparelho), ele tem esperança de encontrar o roubado.

    Grupos de apoio do centro de São Paulo

    Durante a conversa à CNN, Caio revelou que faz parte de um grupo de locais do centro de São Paulo, considerado cada vez mais perigoso e famoso pelo “golpe da bicicletinha”, que buscam alternativas para contornar a violência da região. “É um grupo de WhatsApp de apoio, de pessoas que querem encontrar soluções de segurança que sejam coletivas”, explicou.

    “Há uma liderança de comerciantes e moradores que têm tentado um diálogo com o poder público, mas a gente ainda não conseguiu nenhum impacto significativo. É uma questão de segurança de quem vive e quem visita, já que é um lugar que tem uma cena noturna e gastronômica muito importante. Ao invés de ficar só esperando que alguém faça alguma coisa, a gente tenta ter uma atitude mais proativa, mas é um desafio bem grande”.

    O mês de abril foi marcado por roubos, furtos e saques no centro de São Paulo, especialmente depois da dispersão de dependentes químicos da Cracolândia. As gestões de Tarcísio de Freitas (Republicanos), do governo estadual, e de Ricardo Nunes (MDB), da prefeitura, anunciaram novos planos para resolver o problema, mas a recorrência de crimes e tumultos no centro tem elevado a pressão sobre o poder público por respostas rápidas.

    Confira o relato de Caio Braz publicado em suas redes sociais:

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