“Precisa ter investigação”, diz Alckmin sobre operação da PF contra Bolsonaro
Durante cerimônia no Palácio do Planalto, vice-presidente foi questionado sobre ação policial que apreendeu celular e prendeu ex-assessores do ex-presidente
O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) afirmou, nesta quarta-feira (3), que “precisa ter investigação” e que é “importante que as coisas sejam esclarecidas” sobre a apreensão do celular do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e a prisão preventiva de seus ex-assessores pela Polícia Federal (PF).
Durante cerimônia no Palácio do Planalto, Alckmin foi questionado sobre como vê a Operação Venire da PF, que investiga a prática de crimes na inserção de dados falsos sobre vacinação contra Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde (sistemas SI-PNI e RNDS).
“Eu vi pela TV”, respondeu ironizando o vice-presidente. “Precisa ter investigação. O que a sociedade espera? Investigação. O importante é que as coisas sejam esclarecidas”, acrescentou.
Os policiais realizaram busca e apreensão em um endereço ligado ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em Brasília, no Jardim Botânico. É a casa onde o ex-presidente mora com Michelle Bolsonaro. O celular do ex-presidente foi apreendido pela Polícia Federal.
No total, foram cumpridos seis mandados de prisão preventiva, incluindo o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro tenente-coronel Mauro Cid e seus ex-assessores Max Guilherme e Sérgio Cordeiro.
A CNN apurou que a filha e a esposa de Mauro Cid também estão envolvidas na investigação da PF, porque teriam tido seus dados de vacinação adulterados também.
Uma fonte da Polícia Federal (PF) informou à CNN que a filha de Bolsonaro teria dados alterados na carteira de vacinação contra Covid-19.
A investigação da PF aponta que o objetivo do grupo “seria manter coeso o elemento identitário em relação a suas pautas ideológicas, no caso, sustentar o discurso voltado aos ataques à vacinação contra a Covid-19”.
“As inserções falsas, que ocorreram entre novembro de 2021 e dezembro de 2022, tiveram como consequência a alteração da verdade sobre fato juridicamente relevante, qual seja, a condição de imunizado contra a Covid-19 dos beneficiários”, explicou a PF em nota.
“Com isso, tais pessoas puderam emitir os respectivos certificados de vacinação e utilizá-los para burlarem as restrições sanitárias vigentes imposta pelos poderes públicos (Brasil e Estados Unidos) destinadas a impedir a propagação de doença contagiosa, no caso, a pandemia de Covid-19”, acrescentou.