Ex-candidato do PL no RJ é um dos presos pela PF em investigação sobre cartão de vacinação de Bolsonaro
Ailton Gonçalves Moraes Barros é ex-major do Exército e se intitulava como "01 de Jair Messias Bolsonaro"
Ailton Gonçalves Moraes Barros, 61, ex-candidato a deputado estadual pelo PL no Rio de Janeiro em 2022 e ex-major do Exército, foi preso pela Polícia Federal (PF) nesta quarta-feira (3). Ele é um dos alvos da Operação Venire, que também cumpriu mandados de busca e apreensão na casa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Durante a campanha eleitoral do ano passado, Barros se intitulava como o “01 de Jair Messias Bolsonaro”. Nas redes sociais, o ex-candidato costuma fazer ataques ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Também há diversas fotos ao lado de Bolsonaro.
Ele foi levado à sede da PF na capital fluminense na manhã desta quarta.
Segundo PF, investigação teve início em Duque de Caxias
A investigação que motivou a operação da Polícia Federal desta quarta-feira (3) teve início em uma apuração em Duque de Caxias, no Rio de Janeiro.
Segundo relatos feitos à CNN, a inclusão de uma vacina no sistema do ex-presidente Jair Bolsonaro teria sido realizada na cidade fluminense.
A primeira tentativa de inclusão, segundo integrantes da investigação policial, teria ocorrido em Cabeceiras, município do interior de Goiás, no certificado de papel.
Mas, segundo fontes da PF, para dar mais veracidade, foi adicionada a vacinação no sistema da cidade de Duque de Caxias. E um dos suspeitos é o secretário municipal João Carlos Brecha, preso nesta quarta-feira (3).
A investigação da PF aponta que foi feito o registro no sistema do Ministério da Saúde, cujo objetivo seria para imprimir um certificado de vacinação, e, na sequência, o registro teria sido apagado.
Em conversa rápida com veículos de imprensa, Bolsonaro negou que tenha sido vacinado e que tenha tido participação em um eventual esquema de registro de vacinação.
A PF também expediu mandado de busca e apreensão contra o deputado federal Gutemberg Reis (MDB-RJ), irmão do ex-prefeito de Duque de Caxias Washington Reis.
Ex-ajudante de ordens de Bolsonaro é preso
O tenente-coronel Mauro Cesar Barbosa Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, foi preso pela PF em Brasília.
A CNN apurou que a filha e a esposa de Mauro Cid e também estão envolvidas na investigação da PF, porque teriam tido seus dados de vacinação adulterados.
A investigação da PF aponta que o objetivo do grupo “seria manter coeso o elemento identitário em relação a suas pautas ideológicas, no caso, sustentar o discurso voltado aos ataques à vacinação contra a Covid-19”.
Os policiais também realizam busca e apreensão em um endereço ligado ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em Brasília, no Jardim Botânico. É a casa onde o ex-presidente mora com Michelle Bolsonaro. O celular do ex-presidente foi apreendido pela Polícia Federal.
Uma fonte da Polícia Federal (PF) informou à CNN que a filha de Bolsonaro teria dados alterados na carteira de vacinação contra Covid-19.
Durante o governo Bolsonaro, o Mauro Cid teve livre acesso ao gabinete presidencial, ao Palácio da Alvorada e até mesmo ao quarto ocupado pelo ex-chefe do Executivo nos hospitais, após cirurgias.
Também foram presos Max Guilherme e o Sérgio Cordeiro, assessores de Bolsonaro que trabalhavam no Planalto, além do secretário municipal de Governo da cidade de Duque de Caxias/RJ, João Carlos de Sousa Brecha.
A CNN tenta entra em contato com o ex-candidato Ailton Gonçalves Moraes Barros.
(Publicado por Lucas Schroeder, com informações de Cléber Rodrigues e Gustavo Uribe)