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    Perspectivas de empréstimo na Europa parecem cada vez mais fracas, diz BCE

    Taxas de juros mais altas corroem a demanda e bancos impõem padrões mais rígidos aos tomadores de crédito

    Julia Horowitzda CNN , Londres

    Os bancos da Europa estão reduzindo o acesso ao crédito, e uma importante medida da inflação na região esfriou, reforçando o caso para o Banco Central Europeu afrouxar sua campanha agressiva de aumentos das taxas de juros quando se reunir no final desta semana.

    A inflação entre os 20 países que usam o euro aumentou para 7% em abril, ante 6,9% em março, de acordo com uma estimativa inicial divulgada na terça-feira (2) pela agência de estatísticas da UE.

    Mas o núcleo da inflação, que exclui os preços voláteis de alimentos e energia, caiu inesperadamente de 5,7% para 5,6% – enviando um sinal positivo de que a inflação, embora ainda elevada, pode estar melhorando.

    Separadamente, o BCE indicou em um relatório observado de perto na terça-feira que as perspectivas para empréstimos parecem cada vez mais fracas, à medida que taxas mais altas corroem a demanda e os bancos impõem padrões mais rígidos aos tomadores de crédito.

    No primeiro trimestre de 2023, a demanda líquida de empresas por empréstimos caiu ao menor nível desde o final de 2008, constatou o banco central após pesquisar 158 bancos na região entre 22 de março e 6 de abril.

    O crédito para habitação também caiu acentuadamente, em linha com a forte queda observada nos últimos três meses de 2022. Essa queda foi a pior desde o início da pesquisa em 2003.

    Enquanto isso, os bancos da Zona do Euro – citando a ansiedade sobre a economia e o menor apetite por risco – aumentaram “substancialmente” seus critérios para obter linhas de crédito ou receber empréstimos, segundo o BCE.

    A pesquisa foi a primeira desde a implosão do Silicon Valley Bank nos Estados Unidos e a venda emergencial do Credit Suisse da Suíça para o UBS.

    “De uma perspectiva histórica, o ritmo de aperto líquido nos padrões de crédito permaneceu no nível mais alto desde a crise da dívida soberana da zona do euro em 2011”, disse o BCE.

    Os dados aumentam as expectativas de que o BCE aumente sua principal taxa de juros em um quarto de ponto percentual quando se reunir em Frankfurt na quinta-feira, em vez de meio ponto percentual.

    Os investidores agora colocam a probabilidade de um aumento de um quarto de ponto em mais de 80%, de acordo com a Refinitiv.

    Mas a incerteza sobre o caminho que o BCE seguirá permanece alta. O banco central deixou claro que não vai afrouxar a mais intensa campanha de aumento de juros de sua história até ter certeza de que a inflação está sob controle.

    “Precisamos ver um declínio sustentado no núcleo da inflação que nos dê confiança de que nossas medidas estão começando a funcionar”, disse Isabel Schnabel, uma importante autoridade do BCE, em entrevista recente ao Politico. “O que realmente importa”, acrescentou, “é que a inflação retroceda para a meta de 2% no médio prazo.”

    Ao mesmo tempo, os formuladores de políticas querem evitar problemas desnecessários com custos de empréstimos mais altos, que levam tempo para alimentar totalmente a economia.

    A Europa escapou por pouco de uma recessão durante o inverno, mas os economistas alertam que ainda está em risco, com as condições econômicas prestes a se deteriorar nos próximos meses.

    A pesquisa com credores mostra que os aumentos implementados até o momento estão tendo impacto. O BCE elevou sua taxa básica de juros em sete reuniões consecutivas desde julho passado. Agora está em 3,25%.

    “Os bancos da Zona do Euro já estão apertando os padrões e prazos de crédito e a demanda por empréstimos está diminuindo”, disse o economista da Berenberg, Holger Schmieding, em nota aos clientes. “O efeito do aperto monetário passado do BCE está se revelando.”

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