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    Para economistas, BC deve manter juros a 13,75% em 1ª reunião após marco fiscal

    Copom se reúne nesta terça (2) e quarta-feira (3) para decidir a nova taxa Selic

    Juliana Eliasda CNN , em São Paulo

    O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) tem nesta semana sua primeira reunião sobre o futuro dos juros do país depois que o governo apresentou sua proposta para um novo teto de gastos, no fim de março.

    Para economistas, apesar de possuir falhas, a nova legislação proposta ajudou a aliviar tensões relativas a um descontrole nas despesas públicas e tira uma pressão sobre os juros altos mantidos pelo BC. Não são, entretanto, o suficiente para mudar substancialmente a sua trajetória ao longo deste ano.

    Há consenso que não será nesta reunião que o Copom começará a reduzir a Selic, a taxa básica de juros, e a aposta é que o colegiado deve, mais uma vez, mantê-la nos atuais 13,75%.

    Daí para frente, há uma ala dos bancos e consultorias revisando suas projeções para cortes que podem começar mais cedo do que imaginavam anteriormente, até agosto, enquanto outros mantêm a visão mais dura e não acham prudente adiantar os cortes dos juros.

    Em nenhum dos casos, há mudança significativa nas previsões para a Selic ao final do ano.

    “Embora tenhamos passado a avaliar que o ciclo de flexibilização começará mais cedo, entendemos que o ritmo de redução da Selic será um pouco mais cauteloso do que vínhamos antevendo”, diz relatório da LCA Consultores.

    “Dessa maneira, continuamos a projetar que a taxa básica de juros será reduzida para patamar um pouco abaixo dos 10% apenas na virada de 2024 para 2025.”

    A reunião do Copom, formado pelos diretores do BC, acontece nesta terça (2) e quarta-feira (3), e o grupo anuncia sua decisão para a Selic ao fim da tarde de quarta.

    Preços de itens, como serviços, ainda alta, expectativas para a inflação deste e do próximo ano ainda afastadas da meta e, também, um mercado de trabalho resiliente e aquecido estão entre os elementos mencionados do outro lado da balança que ainda impedem o BC de ser mais agressivo em sua descida dos juros.

    “A inflação vem cedendo, mesmo em ritmo lento, a concessão de crédito e atividade econômica vêm desacelerando e as expectativas de inflação para horizontes mais longos estão mais estáveis”, diz a casa de análises Suno, em relatório.

    “Logo, acreditamos que se abriu uma janela de oportunidades para que o Copom comece uma discussão inicial sobre cortes na taxa de juros e até diminua o tom duro do comunicado”, acrescentou.

    Com este cenário, a Suno fez uma revisão que chamou de “marginal” nas suas estimativas para a Selic — de 12,75% para 12,5% ao fim deste ano, e de 10,5% para 10,25% no próximo.

    “O arcabouço fiscal não estabiliza a relação dívida/PIB, mas traz alguma visibilidade ao estabelecer limites para a expansão de gastos”, escreveram os economistas da XP Caio Megale e Rodolfo Margato.

    “Ele tende a ser útil para a gestão da política monetária; embora não necessariamente abra espaço para uma taxa de juros menor ao longo do tempo, uma vez que a postura fiscal permanecerá expansionista”, completam.

    A corretora segue esperando que o BC inicie os cortes na Selic apenas no segundo semestre, em um processo bastante gradual de redução que levará a taxa aos 11% só no começo de 2024.

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