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    Estudante come obra de arte de uma banana colada com fita adesiva avaliada em R$ 590 mil em museu

    A obra "Comediante", do italiano Maurizio Cattelan, foi danificada em exposição na Coreia do Sul por aluno que disse estar "com fome"; é a segunda vez que a fruta, vendida por U$ 120 mil em feira nos EUA em 2019, é comida

    Yoonjung SeoKathleen Magramoda CNN , Seul

    Para alguns, a chance de ver uma banana colada na parede com fita adesiva é estar a uma curta distância de um momento sensacional da história da arte recente. Para outros, é um lanche atraente.

    Na quinta-feira (27), um estudante de arte da Universidade Nacional de Seul descobriu que era do time que via a obra como um lanchinho, quando removeu a fruta – uma obra icônica do artista italiano Maurizio Cattelan – de uma parede do Leeum Museum of Art em Seul, Coréia do Sul, onde foi exibido. Então ele começou a devorá-la.

    “O aluno disse ao museu que comeu porque estava com fome”, disse um porta-voz do museu à CNN em um telefonema.

    Intitulada “Comedian” (Comediante, em português), a obra se tornou um dos maiores momentos virais do mundo da arte ao ser vendida por US$ 120 mil na Art Basel Miami Beach, em dezembro de 2019. Duas outras edições da peça também foram vendidas na feira.

    Depois de mastigar a fruta, o aluno colou a casca de volta na parede. A casca foi posteriormente substituída pelo museu por uma banana fresca.

    As consequências do incidente. Shwan.han/Instagram

    “Aconteceu de repente, então nenhuma ação especial foi tomada. O artista (Cattelan) foi informado do incidente, mas não teve nenhuma reação a ele”, acrescentou o porta-voz do museu.

    O trabalho faz parte da exposição individual de Cattelan, WE, que está em exibição no museu de Seul até 16 de julho. A própria banana é trocada regularmente a cada dois ou três dias e não está à venda.

    Cattelan é conhecido por peças satíricas que desafiam a cultura popular, muitas vezes provocando debates em torno da arte conceitual.

    “Comediante”, do artista italiano Maurizio Cattelan, está em exibição no Leeum Museum of Art até 16 de julho em Seul, Coreia do Sul. Kim Kyoungtae/Maurizio Cattelan/Leeum Museum of Art

    Esta não foi a primeira vez que alguém pensou que a obra de arte estava pronta para ser colhida.

    Depois que a primeira edição de “Comedian” foi vendida em 2019 , o artista performático David Datuna arrancou sem cerimônia a banana em exibição na galeria Perrotin na Art Basel em Miami e a devorou ​​enquanto espectadores atônitos assistiam.

    Datuna gostou da façanha, postando no Instagram na época dizendo “Eu realmente amo esta instalação. É muito deliciosa”. Mais tarde, ele defendeu o ato, chamando-o de performance artística em entrevista coletiva e não de vandalismo.

    Antes da venda de obras de arte, Perrotin disse à CNN que as bananas são “um símbolo do comércio global, um duplo sentido, bem como um dispositivo clássico de humor”, acrescentando que Cattelan transforma objetos mundanos em “veículos de prazer e crítica”.

    O artista não forneceu aos potenciais compradores instruções sobre o que fazer quando a obra de arte começa a se decompor.

    A obra de arte também está envolvida em uma batalha de direitos autorais. Em 2022, Joe Morford, um artista de Glendale, Califórnia, alegou que Cattelan plagiou sua própria obra de arte de 2000 intitulada “Banana & Orange” – que mostra as frutas titulares afixadas com fita adesiva em fundos verdes pintados em uma parede.

    De acordo com documentos judiciais, Morford, que está representando a si mesmo, registrou a obra de arte no US Copyright Office e postou o trabalho em seu site, Facebook e contas do YouTube muito antes de Cattelan criar “Comedian”.

    Os advogados de Cattelan argumentaram que Morford “não tem direitos autorais válidos” sobre os elementos da obra de arte – a banana e a fita adesiva coladas na parede.

    Outra das obras de arte virais de Cattelan foi um banheiro sólido de ouro 18 quilates “intitulado” América, avaliado em cerca de US $ 6 milhões. Ele foi instalado pela primeira vez no Guggenheim de Nova York em 2016 e estava aberto para uso dos visitantes.

    Mais tarde, em 2019, foi roubado do local de nascimento de Winston Churchill no Palácio de Bleinheim, na Inglaterra, onde estava sendo exibido. Nunca foi encontrado.

    (Rob Picheta e Jacqui Palumbo, da CNN, contribuíram para este texto)

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