Papa se encontra com grupo de refugiados ucranianos na Hungria
Em seu segundo dia de visita ao país europeu, o líder da Igreja Católica também se encontrou com o representante da Igreja Ortodoxa Russa em Budapeste, que teria se colocado contra a invasão Russa à Ucrânia
O papa Francisco se encontrou neste sábado (29) com ucranianos que fugiram da guerra na fronteira leste da Hungria, dizendo aos refugiados que um futuro diferente é possível.
Francisco se encontrou com cerca de 600 refugiados, pessoas pobres e sem-teto em uma visita à igreja de Santa Isabel em Budapeste no segundo dia de sua visita, que começou na sexta-feira, quando ele alertou sobre os perigos do nacionalismo crescente na Europa.
Francisco recebeu uma serenata de uma banda de músicos húngaros vestidos à moda do povo Roma, em roupas com estampas de flores. Ele parecia gostar da música enquanto eles pairavam ao seu redor enquanto ele se sentava em sua cadeira de rodas.
Desde que a Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022, milhões de refugiados fugiram pela Europa Central, incluindo a Hungria, e se mudaram para outros países. Cerca de 35 mil solicitaram o status de proteção temporária na Hungria.
Francisco disse que expressar compaixão por aqueles que sofrem com a pobreza e a tragédia é parte integrante de ser cristão, mesmo que os necessitados sejam descrentes.
“Mesmo em meio à dor e ao sofrimento, uma vez que recebemos o bálsamo do amor, encontramos a coragem necessária para seguir em frente: encontramos a força para acreditar que nem tudo está perdido e que um futuro diferente é possível”, disse ele.
Mais tarde, o pontífice se encontrou com o Metropolita (bispo) Hilarion, representante da Igreja Ortodoxa Russa (ROC) em Budapeste.
Hilarion foi efetivamente destituído do posto de número dois na sede da ROC em Moscou no ano passado, uma decisão vista como uma indicação de discórdia no topo do Patriarcado Russo sobre a guerra.
A Igreja Ortodoxa Russa é de longe a maior das igrejas da comunhão Ortodoxa Oriental, que se separou do Cristianismo Ocidental no Grande Cisma de 1054.
A invasão russa da Ucrânia dividiu a ortodoxia mundial e prejudicou as relações entre o Vaticano e a ROC.
O patriarca da ROC, Kirill, é um aliado próximo do presidente russo, Vladimir Putin. Kirill apóia totalmente a guerra como um baluarte contra um Ocidente que ele descreve como decadente.
A União Europeia tentou colocar Kirill em sua lista de sanções no ano passado, mas os Estados membros não conseguiram unanimidade sobre o assunto, já que a Hungria se opôs à sua inclusão.
As relações entre o Vaticano e a ROC estão geladas desde que Francisco disse no ano passado que Kirill não deveria ser o “coroinha de Putin”.
(Reportagem de Philip Pullella; edição por Clélia Oziel)
