Juan Guaidó dispara contra presidente da Colômbia: “Ficou do lado da ditadura”
Opositor venezuelano chegou a Miami na terça-feira (25), após semana marcada por polêmicas com o governo colombiano
O opositor venezuelano Juan Guaidó disse, nesta quinta-feira (27), que o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, “ficou do lado da ditadura”, em referência ao governo do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro.
Depois de uma semana marcada por polêmicas entre Guaidó e o governo colombiano no âmbito da Conferência Internacional sobre o Processo Político na Venezuela, o opositor venezuelano chegou a Miami na terça-feira (25). Ele falou na coletiva de quinta-feira sobre Petro, sobre o chanceler russo, Sergei Lavrov e outros tópicos.
“[Petro] ficou do lado da ditadura, não dos perseguidos politicamente, mas dos que violaram os direitos humanos. E isso é marcado pela agenda dele: todas as vezes que ele foi à Venezuela, e foi várias vezes, ele não teve um minuto na agenda para as vítimas de direitos humanos”, afirmou.
Até esta quinta-feira, nem o governo de Maduro nem o do presidente da Colômbia, Gustavo Petro, haviam se pronunciado sobre o que Guaidó disse em sua entrevista coletiva.
Antes da reunião, Petro manteve reuniões com vários grupos políticos venezuelanos, mas representantes do governo e líderes da oposição não foram convidados para a Conferência Internacional.
Guaidó chegou aos Estados Unidos vindo de Bogotá, onde pretendia participar da Conferência Internacional, que aconteceu nesta terça-feira, e para a qual, segundo o opositor venezuelano, foi convidado pelo chanceler colombiano, Álvaro Leyva.
“Nunca vi um ministro das Relações Exteriores mentir como o chanceler Leyva”, disse Guaidó na coletiva de imprensa desta quinta-feira.
Sobre Petro e o governo colombiano, ele acrescentou: “O que esperamos agora? Que ele fique do lado dos direitos humanos, que fique do lado da vida, como ele mesmo disse em sua campanha. É o que esperamos de qualquer país democrático”.
Sobre a visita do ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, à Venezuela na semana passada, Guaidó disse que o ministro russo “deu instruções para desestabilizar o continente”.
“Ele não foi dizer a Maduro para respeitar a vida dos defensores dos direitos humanos. Eles prenderam [Alexey] Navalny na Rússia. É isso que estamos enfrentando na Venezuela, na Nicarágua, em Cuba e é por isso que estou aqui, para buscar proteção para os vulneráveis, para levar a voz de milhões”, comentou.
O Kremlin indicou que o objetivo da visita de Lavrov ao Brasil, Venezuela, Nicarágua e Cuba é “fortalecer a cooperação mutuamente benéfica” e, em particular, buscar a expansão de seus acordos de cooperação com Caracas.
Versões contraditórias sobre o que aconteceu entre Guaidó e o Governo da Colômbia
A Colômbia disse que não deportou ou expulsou Guaidó do país, após sua chegada a Bogotá no âmbito da Conferência.
Enquanto isso, Petro acrescentou que a entrada do venezuelano no país era ilegal e que, se ele entrasse em solo colombiano com seu passaporte e pedisse asilo, “com grande prazer ele teria sido oferecido”. Da mesma forma, o presidente da Colômbia garantiu que Guaidó recebeu uma autorização de trânsito.
Guaidó, por conta própria, comentou antes de viajar para os Estados Unidos que foi obrigado a deixar a Colômbia “depois de 70 horas na estrada para chegar a Bogotá, fugindo da perseguição da ditadura, desafiando o regime de Maduro”.
“Infelizmente, a perseguição da ditadura se espalhou para a Colômbia hoje”, acrescentou.