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    Juros altos elevam gasto público com dívida a R$ 159 bilhões nos três primeiros meses do ano

    Aumentou também o estoque da dívida pública federal, chegando a R$ 5,89 trilhões em março

    Samantha Kleinda CNN , em Brasília

    O governo federal gastou, no mês de março, R$ 56,98 bilhões com o pagamento de juros da dívida pública. Com esse montante, já chega a R$ 159,4 bilhões o gasto público com a rubrica nos três primeiros meses do ano, segundo a Secretaria do Tesouro Nacional. Os dados do primeiro trimestre foram divulgados nesta quarta-feira (26).

    As emissões da dívida pública federal alcançaram R$ 168,7 bilhões, maior valor desde abril de 2021. Por outro lado, os resgates alcançaram R$ 189,01 bilhões, resultando resgate líquido de R$ 20,31 bilhões.

    Deste total, R$ 19,75 bilhões são referentes ao resgate líquido da Dívida Pública Mobiliária Federal interna (DPMFi) e R$ 500 milhões de resgate líquido da Dívida Pública Federal externa.

    “Foi um mês muito positivo para as emissões. Ao mesmo tempo, nós tivemos um valor elevado de resgastes. No mês, venceram as LFTs de março 2023, o que corresponde a R$ 185 bilhões desses R$ 189 bilhões. Por isso, já acumulamos R$ 202 bilhões de resgate líquido”, ressaltou o coordenador-geral de Operações da Dívida Pública do Tesouro Nacional, Luis Felipe Vital, em coletiva de imprensa.

    A mencionada LFT é a Letra Financeira do Tesouro, antigo nome do Tesouro Selic. Trata-se de uma aplicação de renda fixa criada pelo governo a partir do programa Tesouro Direto.

    A LFT é um investimento em renda fixa pós-fixado, que acompanha o desempenho da Selic. A taxa básica de juros da economia brasileira está em 13,75%.
    Com a elevação dos resgates, cresceu também o estoque da dívida pública federal, que alcançou R$ 5,89 trilhões. O aumento é de 0,63% em relação a fevereiro, com R$ 36,67 bilhões.

    Novo recorde

    As emissões do Tesouro Direto em março atingiram R$ 6,8 bilhões, o maior valor da série histórica que começou em 2003.

    No mês passado, os resgates somaram R$ 5,781 bilhões, resultando em emissão líquida de R$ 1,061 bilhão. Em relação aos investidores, a base atingiu a marca de 2.141.535 pessoas — um aumento de 19.744 da passagem de fevereiro para março.

    O estoque do Tesouro Direto alcançou R$ 110,5 bilhões, representando um aumento de 2,2% em relação ao mês anterior, quando o total de títulos com pessoas físicas era de R$ 108,1 bilhões.

    O título com maior representação no estoque é o Tesouro IPCA+, que corresponde a 40,71% do total.

    Reservas

    A reserva de liquidez da dívida pública apresentou redução de 2,22% em termos nominais, passando de R$ 995,66 bilhões em fevereiro para R$ 973,56 bilhões em março. A reserva de liquidez atual garante pagamento dos próximos 9,22 meses de vencimentos, ante 6,87 meses no mês anterior.

    Segundo o coordenador-geral de Operações da Dívida Pública do Tesouro Nacional, a retirada de valores referentes aos títulos da dívida pública federal é “praticamente toda explicada” por esses resgates.

    “O colchão de liquidez do Tesouro também sofre com a variação em relação aos vencimentos e resgates líquidos, vinculação de recursos, pagamento de dividendos, dívidas dos estados, entre outros. O colchão da dívida varia ao longo do tempo e a leitura que fazemos é que ele está bastante acima do nível prudencial”, disse Vital.

    O nível prudencial equivalente a reservas de pelo menos três meses para garantir o pagamento da dívida pública federal.

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