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    Partidos da direita de Portugal prometem protestos contra Lula no parlamento

    Sessão de boas-vindas ao presidente brasileiro deve ter manifestações de parlamentares, motivadas sobretudo pelas recentes declarações do petista sobre a guerra na Ucrânia

    Léo Lopesda CNN* , em São Paulo

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegou a Portugal, na manhã desta sexta-feira (21), em sua primeira viagem oficial à Europa neste terceiro mandato. O petista ficará no país até o próximo dia 25.

    Seu último compromisso oficial será a participação, na terça-feira (25), em uma sessão solene de boas-vindas na Assembleia da República, o parlamento português. De acordo com a CNN Portugal, o evento deve ser agitado por protestos de partidos da direita portuguesa.

    O agendamento desta cerimônia extraordinária de boas-vindas já foi marcado por polêmicas, porque parlamentares de direita foram contra a presença de Lula na sessão que celebrará a Revolução dos Cravos, comemorada em 25 de abril.

    O presidente brasileiro evitará polêmicas e não comparecerá à sessão que comemora o aniversário do fim da ditadura salazarista, mas partidos de direita prometem fazer protestos mesmo assim – motivados sobretudo pelas recentes declarações polêmicas sobre a guerra na Ucrânia.

    Em entrevista coletiva em Abu Dhabi, Lula apontou que EUA e UE teriam propiciado o prolongamento do conflito e que a decisão da batalha teria sido tomada “por dois países”.

    “O presidente Putin não toma iniciativa de paz. O Zelensky não toma iniciativa de paz. A Europa e os Estados Unidos terminam dando contribuição para a continuidade dessa guerra”, disse.

    Presidente Luiz Inácio Lula da Silva assina livro de visitas durante visita aos Emirados Árabes Unidos / 15/04/2023 Rashed Al Mansoori/Corte Presidencial dos Emirados Árabes Unidos/Divulgação via REUTERS

    CNN Portugal reportou que ao menos dois partidos planejam realizar protestos.

    O presidente do partido português de extrema-direita Chega, André Ventura, disse que Lula deve ser condenado pela “proximidade com a Rússia”, pela “incapacidade de ver o sofrimento do povo ucraniano”, pela “sua proximidade à China”, pela “hesitação em condenar as ditaduras sul-americanas” e pela “corrupção”.

    O Chega é o mesmo partido que está organizando uma cúpula mundial da extrema-direita para maio, em Lisboa, e convidou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que confirmou presença.

    Ventura ainda chamou de “ultrajante” a possibilidade da presença do brasileiro na sessão da Revolução dos Cravos. O líder do Chega anunciou que organizará a “maior manifestação de sempre contra um dignatário estrangeiro em Portugal”.

    Segundo Ventura, serão mobilizados “portugueses e brasileiros, todos os que se quiserem juntar”.

    O deputado Rui Rocha, presidente do partido Iniciativa Liberal (IL), também planeja um protesto.

    Em conversa com jornalistas, Rocha declarou sobre Lula: “Nós não aceitamos, quando estamos com uma guerra na Europa, que o ‘lobby putinista’ de que Lula da Silva faz parte venha impor-se aos portugueses numa data tão importante como 25 de Abril. Mas queremos dar um sinal de que não aceitamos essa imposição.”

    Ele afirmou que o líder da bancada parlamentar do partido, Rodrigo Saraiva, estará presente na sessão de boas-vindas segurando uma bandeira da Ucrânia, enquanto o resto da bancada irá se retirar do plenário.

    “Nós estaremos lá e enfrentaremos Lula da Silva olhos nos olhos, pela liberdade e pela Ucrânia”, acrescentou Rocha.

    Parlamentar português Rui Rocha durante convenção nacional do partido Iniciativa Liberal (IL), em janeiro de 2023.
    Parlamentar português Rui Rocha durante convenção nacional do partido Iniciativa Liberal (IL), em janeiro de 2023. / Wikimedia Commons

    (*Com informações da CNN Portugal)

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